sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Edição do Dia

Morre, aos 82 anos, Joaquim Roriz, ex-governador do DF

Morreu ontem, aos 82 anos, em Brasília, o ex-governador do Distrito Federal (DF) Joaquim Roriz. Ele estava internado no Hospital Brasília, onde estava desde o último dia 24 devido a uma pneumonia. A saúde de Roriz, que governou o DF por quatro vezes, vinha piorando desde 2017.

O velório do ex-governador, que ocorreu no Memorial JK, começou durante a tarde de ontem e se estende até a manhã de hoje. O corpo de Roriz será sepultado no cemitério Campo da Esperança. Nos 14 anos que esteve à frente do Governo do DF, Roriz ficou conhecido por adotar medidas polêmicas, como a ampla distribuição de lotes e projetos de moradias populares que marcaram suas gestões. Nos discursos, havia expressões típicas do interior do país e um estilo popular. A trajetória de Roriz foi lembrada por diversos políticos que usaram as redes sociais para prestar homenagens. O atual governador, Rodrigo Rollemberg, decretou luto oficial de três dias e atribuiu a Roriz parte da história de Brasília. (Agência Brasil)

Bolsonaro fica irritado com Mourão após críticas a 13º e adicional de férias

O candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, se irritou com as declarações do vice na sua chapa, general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), que criticou o pagamento do décimo terceiro salário e de adicional de férias. Logo que foi informado da fala de Mourão, Bolsonaro usou o Twitter para se posicionar contra o general e orientar aliados a defender as garantias trabalhistas. Na mensagem, Bolsonaro sugeriu que Mourão não conhece as regras constitucionais.

"O 13º salário do trabalhador está previsto no art. 7º da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (Não passível de ser suprimido sequer por Proposta de Emenda à Constituição)", escreveu. "Criticá-lo, além de ser ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição", acrescentou.

Nas primeiras conversas com pessoas próximas sobre esse episódio, Bolsonaro voltou a defender que Mourão evite participações em eventos públicos. Na semana passada, o candidato a vice já tinha sido orientado a suspender sua agenda após dar outras declarações polêmicas.

Mais cedo, em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, Mourão afirmou que o 13º salário e o pagamento de adicional de férias são "jabuticabas", ou seja, só ocorrem no Brasil. "Temos umas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo empresário", disse.

"Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Como a gente arrecada 12 (meses) e pagamos 13? O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais", completou. "São coisas nossas, a legislação que está aí. A visão dita social com o chapéu dos outros e não do governo", reforçou o vice de Bolsonaro.

Representantes das oito centrais sindicais brasileiras subscreveram ontem uma nota em reação às declarações do general Mourão. Os sindicalistas classificaram como "descabida, ofensiva e lamentável" a fala do general. Segundo eles, as declarações revelam "o que está por trás de Bolsonaro: uma candidatura antissocial que deve ser repudiada por toda a classe trabalhadora brasileira".

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, também criticou a declaração do general.

"Não posso ser a favor, como disse hoje o general Mourão, de que o 13° é jabuticaba brasileira. Não é possível achar que o trabalhador que sua a camisa, e muitas vezes é explorado, não tenha direito nem ao 13°", disse o tucano após participar da abertura da 14ª Expocristã, na capital paulista.

Internado desde 7 de setembro após sofrer atentado a faca, Jair Bolsonaro teve adiada a sua saída do hospital, que estava prevista para hoje. De acordo com pessoas próximas ao presidenciável, o quadro foi constatado após a retirada do catéter na quarta-feira, 26. Bolsonaro está internado no Hospital Israelita Albert Einstein. A reportagem apurou que a avaliação médica repassada a equipe de Bolsonaro é de que o quadro não apresenta nenhum tipo de risco e que o candidato poderia sair neste domingo, 30.
Agência Estado

Hospital
O médico do candidato pelo PSL Jair Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, confirmou que foi detectada uma contaminação no cateter que estava no braço do presiden-ciável. Segundo Macedo, a bactéria encontrada foi um germe simples de pele, de "fácil tratamento".

Em seu primeiro debate, Camilo vira alvo de adversários

No primeiro debate com a presença do governador Camilo Santana (PT), realizado ontem pelo Grupo de Comunicação O POVO, o petista virou alvo prioritário dos seus adversários.

Candidato à reeleição e líder das pesquisas de intenção de voto, Camilo foi atacado sobretudo na área da segurança pública. Logo na primeira rodada, ele passou por bateria de perguntas que trataram do tema.

General Theophilo, do PSDB, questionou o postulante sobre o número de "15 mil pessoas" assassinadas durante o seu governo, além das oito chacinas praticadas apenas neste ano.

Em resposta, o governador disse que tem "arregaçado as mangas" para reduzir esses índices e que, à frente do Estado, o "Ceará avançou em todas as áreas" da administração.

O chefe do Executivo também desafiou "um governador que tenha investido mais em segurança pública do que eu". E acrescentou: "Estamos construindo os caminhos de segurança pública com planejamento e organização".

Nome do Psol na disputa pelo Abolição, Ailton Lopes perguntou a Camilo quantas "vidas precisam ser ceifadas pra vocês deixarem de considerar um caso isolado?". O candidato se referia à chacina das Cajazeiras, que deixou 14 mortos no início do ano, em Fortaleza.

À época, o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, sugeriu que as execuções haviam sido "um caso isolado".

A Ailton, porém, Camilo retrucou: "Você nunca ouviu falar da minha parte que foi um caso isolado. Esse problema de segurança é do País inteiro".

O petista então criticou o Governo Federal ao dizer que, no curso de quatro anos de gestão, não havia recebido recursos suficientes do Planalto para empregar na segurança.

O tema dominaria todo o primeiro bloco de perguntas, que se completou com questionamento do candidato do PSL, Hélio Góis.

Advogado e professor, Góis quis saber de Camilo se ele recebia "ordens de  dentro do presídio". O postulante aludia ao domínio de facções criminosas nas penitenciárias do Ceará. Camilo negou: "Não recebo ordem de ninguém".

Confrontado, o candidato à reeleição utilizou como escudo o desempenho do Estado nas áreas fiscal, emprego e educação. Este último tópico, no entanto, prevaleceu entre os trunfos que o governador sacou para rebater seus oponentes.

Ele voltou a citar, por exemplo, que "82 escolas públicas do Ceará estão entre as 100 melhores do Brasil". E prometeu incrementar o número de unidades de tempo integral, outra proposta que figura na ponta da língua.

Sobre a criação de emprego, Ailton contraditou afirmação do governador: "É impressionante como ele (Camilo) fala de 30 mil empregos, mas isso sequer chega aos 4% do meio milhão de desempregados no Ceará".

O psolista ainda tentou nacionalizar o debate ao criticar as alianças do petista o governador tem feito campanha para a reeleição do senador Eunício Oliveira, do MDB, que apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Localmente, parte das siglas que integram o centrão também apoia Camilo.

Principal apoiador do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Ceará, Góis deslocou a discussão para temas ligados aos costumes e à polarização ideológica entre esquerda e direita.

Ao endereçar pergunta a General Theophilo na primeira metade do debate, disse que o senador tucano Tasso Jereissati, que também é empresário, era de esquerda.

Gois defendeu ainda a reativação dos manicômios como política de saúde mental. Na sequência, foi criticado incisivamente por Ailton.
Como estratégia no confronto, o governador evitou revidar ataques diretos dos concorrentes, adotando postura mais esquiva.

General Theophilo assumiu a segurança desde o início como bandeira preferencial, que explorou no curso da uma hora e meia do encontro, conduzido pela jornalista do O POVO Maísa Vasconcelos.

Ailton foi conciso na apresentação de propostas e duro em suas críticas, que se concentraram em Camilo e no General.

A menos de dez dias da votação, o debate do O POVO demarca a reta final na campanha. De acordo com pesquisa Ibope desta semana, Camilo encabeça a preferência do eleitorado cearense, com 69%.

General vem atrás, com 7%. Hélio Góis tem 2%. Ailton e Francisco Gonzaga (PSTU) estão empatados com 1%.

BASTIDORES DO DEBATE

VICES

Todos os candidatos convidados para o debate vieram acompanhados dos vice-candidatos, exceto Hélio Góis (PSL). A professora Ninon Elizabet Tauchmann (PSL) não foi à sede do O POVO. Estiveram presentes Izolda Cela (PDT), vice-governadora do Ceará, Emilia Pessoa (PSDB) e Carina Costa (Psol).

POUCA CONVERSA

Aos intervalos do debate, que teve cinco blocos, os candidatos evitaram conversas. Em vez disso, ocuparam tempo ouvindo conselhos dos assessores sobre qual direção retórica tomar. Theophilo, por exemplo, foi aconselhado por um profissional de marketing que o assessora. Já Ailton recebeu conselhos via WhatsApp de uma equipe de profissionais de várias áreas.

TEMPO FECHOU

Foi no intervalo do último bloco que surgiu uma das raras senão única interações entre candidatos. Camilo e Ailton divergiram quando o tema foi déficit na Uece e realização de concursos. Na pausa da programação, foi possível escutar do socialista um "não dirija a palavra a mim" com direção a Camilo. Ouvido, o petista minimizou a questão. Já Ailton o classificou como mentiroso. Enviou o mesmo adjetivo a Theophilo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Mais de 14 mil agentes vão garantir a segurança no CE

A operação de segurança para as eleições deste ano no Ceará está definida com mais de 14 mil agentes envolvidos. O plano terá efetivos das polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal e das Forças Armadas. A maior tropa será a da PM, com 10.023 policiais destacados.

O Exército, o principal contingente das Forças Armadas, terá cerca de 3 mil homens atuando em cinco cidades - Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do Norte -, todas com mais de 100 mil eleitores. A convocação foi pedido do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Uma das justificativas descritas na solicitação teria sido o reforço preventivo para locais de votação em territórios de facções criminosas.

Este total de agentes de segurança acionados ainda será um pouco maior. A Polícia Federal não repassou ao O POVO seu quantitativo, mas terá pessoal destacado em todo o Estado e com agentes de sobreaviso. Marinha e Aeronáutica ainda irão definir suas tropas para a demanda. O Ceará tem 6,3 milhões de eleitores aptos a votar e a estratégia deverá ser redimensionada entre o primeiro e segundo turnos - dias 7 e 28 de outubro, respectivamente.
 
Cada força acionada montou plano estratégico próprio, mas as ações funcionarão integradas. Em reunião ocorrida na última terça-feira, os órgãos acertaram detalhes finais. Para amanhã, em local e horário ainda a ser definido, outra reunião deverá ser entre a cúpula local do Exército e a do TRE, que coordena as eleições. O general de divisão Fernando José Soares da Cunha Mattos, comandante da 10ª Região Militar, irá apresentar à presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargadora Nailde Pinheiro, mais pontos específicos da proposta de ação militar.

"O Exército só irá agir pontualmente naquilo que o TRE oficiar pedindo apoio. O trabalho geral será feito pela Segurança Pública. O que for demandado especificamente pela Justiça Eleitoral eles irão atender", explicou o secretário estadual da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa. 

Segundo ele, até ontem não havia sido recebida nenhuma denúncia de candidato sobre eventual ação das facções durante esta campanha eleitoral.

O juiz Eduardo Scorsafava, presidente da Comissão Permanente de Segurança da Justiça Eleitoral, confirma que "a dez dias das eleições (hoje), não registramos nenhum incidente grave". Ele confirmou, sem dar detalhes, que "algumas atuações pontuais de facções em determinados bairros" influenciaram no pedido do TRE para a presença das forças militares neste pleito.


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

PRESIDENCIÁVEL Ciro Gomes dá entrada em hospital para procedimento cirúrgico

Ciro Gomes foi hospitalizado nesta terça, 25. (Foto: Fábio Lima/O POVO)
 
Atualizada às 21h14min 
 
O candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) teria sentido um desconforto na região da bexiga que o levou a dar entrada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na tarde desta terça-feira, 25. Segundo a assessoria do candidato, ele passou por um procedimento de cauterização dos vasos da próstata.
 
A nota divulgada pela assessoria também informou que o procedimento foi realizado com sucesso pelo médico urologista Miguel Srougi. Por ser um procedimento simples, Ciro Gomes poderá retornar às suas atividades o mais breve possível. 

Energia elétrica. Geração própria avança 88% no Ceará

Mais de 1,4 mil unidades consumidoras, entre empresas e residências, já são abastecidas por geração própria de energia elétrica no Ceará. já produzem a sua própria energia elétrica no Ceará. O número, referente ao acumulado de janeiro até agora, é 88% maior que o total de 782 observado em dezembro de 2017, conforme levantamento feito pelo O POVO com base nos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com 29,7 mil quilowatts (kW) de potência instalada, o Estado é líder no Nordeste em geração distribuída e responde por 34,6% da capacidade na Região. No País, é o quinto maior.

Atualmente, são 1.220 projetos cearenses conectados à rede, bem mais do que os 682 contabilizados até dezembro do ano passado pela reguladora. Porém, ainda estão distantes dos mais de 7,6 mil empreendimentos do tipo que existem em Minas Gerais, estado que lidera o ranking no País, gerando mais de 119,7 mil kW de energia própria.

No Brasil, a quantidade de unidades consumidoras que passou a produzir sua própria energia aumentou de 21,2 mil, em dezembro de 2017, para 55,3 mil, neste mês. Alta de 161% no período.

Para o consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis, Jurandir Picanço, o impacto que os gastos com energia têm no orçamento das famílias e empresas mostra que a produção própria é uma alternativa muito favorável ao consumidor.

Além disso, quanto maior o custo da energia fornecida pela concessionária, mais vantajosa a substituição. Neste ano, o reajuste da conta de luz no Ceará foi de 3,8% para consumidores residenciais e de 7,96% para comércio e indústria.

"O consumidor vai ter acesso a uma energia muito mais barata que a fornecida pela concessionária. A diferença inicial é de, pelo menos, 40%". Ele reforça que o Ceará tem a seu favor o alto índice de radiação solar que chega, em média, a 5,5 kWh/m² por dia. "É 90% superior a radiação solar da Alemanha, que é o país que mais investe em produção fotovoltaica", compara.

Apesar da expansão da geração distribuída, o potencial a ser alcançado com investimentos em energia renovável é muito maior, afirma o cientista industrial e presidente da Gram-Eollic, Fernando Ximenes. "Ainda significa pouco se comparado com o número de usuários de energia no Brasil. A geração distribuída, somada às grandes usinas de energias renováveis, representa em torno de 0,7% do potencial de energia instalado no Sistema Interligado Nacional (SIN)", diz.

Ele afirma que, enquanto alguns países europeus já falam em migração completa para fontes de energias renováveis até 2020, o Brasil ainda prioriza as térmicas na matriz elétrica. "Só neste ano, o Governo investiu em dois grandes projetos de termelétricas, em São Paulo, com contrato de 30 anos, mais do que os 48 projetos de energias renováveis do Nordeste inteiro. O que é um erro. O carro elétrico já está reduzindo o aquecimento global. É uma necessidade", destaca.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Camilo amplia chances de vencer no 1º turno


O resultado do Ibope divulgado ontem consolida trajetória ascendente do governador Camilo Santana (PT) na corrida ao Palácio da Abolição.
Candidato à reeleição, o governador melhorou o próprio desempenho, saindo de 64% do levantamento anterior, feito ainda em agosto, para 69%.

O petista é o único candidato que cresce fora da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A sondagem, a segunda desde o início da oficialização das candidaturas, foi contratada pela TV Verdes Mares.

Em segundo lugar surge o postulante tucano General Theophilo, que oscilou três pontos e chegou a 7%. Hélio Gois, do PSL, manteve os 2% do último questionário, seguido por Ailton Lopes (Psol), que oscilou um ponto e agora tem 1%, e Francisco Gonzaga (PSTU), que também baixou um ponto e ficou com 1%.

Mikaelton Carantino, do PCO, renunciou à disputa depois que sua candidatura foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE).

O Ibope ouviu 1.204 eleitores em 60 cidades cearenses, entre os dias 21 e 23 deste mês. Brancos e nulos chegam a 13%. Não sabem e não responderam somam 6%.

O instituto aferiu ainda a rejeição dos candidatos ao Governo do Estado. General Theophilo lidera nesse quesito, com 34%, acompanhado de Gonzaga (33%), Ailton (28%), Hélio (27%), Mikaelton (24%) e Camilo (13%).

O quadro do Ibope aponta para uma provável vitória de Camilo ainda no 1º turno das eleições no Ceará. Em entrevista ao O POVO ontem, o governador afirmou que a vantagem em relação a seus adversários traduz-se num "sentimento de muita gratidão ao povo cearense".

Questionado sobre margem tão ampla (62 pontos à frente de Theophilo), o chefe do Executivo disse que o "resultado enche de orgulho", mas "não existe eleição fácil". E acrescentou: "Todas as eleições para mim são iguais. Vamos trabalhar da mesma forma".

Segundo colocado, Theophilo, um estreante em eleições, minimizou o resultado do Ibope. "Pesquisas refletem momentos e também metodologias", disse.

O tucano citou o caso da eleição para o Governo de Tocantins, na qual Kátia Abreu, então candidata e hoje vice na chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT), "liderava as pesquisas, mas sequer foi para o segundo turno".

Para o General, "é importante lembrar também que a maioria dos eleitores consolida sua decisão nos últimos dias da campanha". E prometeu: "Até lá, vamos lutar para vencer. Quem nos conhece, acredita. Vamos em frente, confiantes no trabalho que realizamos".

Na briga pela sucessão ao Governo, Camilo comanda uma coalizão de 24 legendas. O candidato tem maioria do apoio de prefeitos. Nos últimos dias, Theophilo tem se queixado de que gestores tucanos no Interior não têm apoiado a sua candidatura, preferindo votar no petista. (Henrique Araújo e Wagner Mendes)

Votos válidos

Na pesquisa Ibope divulgada ontem, o governador Camilo Santana (PT) mantém 86% das intenções de votos válidos. General Theophilo (PSDB) sai de 6% para 8%. Hélio Góis (PSL) tem 2%; Francisco Gonzaga (PSTU), 2%; e Ailton Lopes (Psol), 1%. A pesquisa foi realizada de 18 a 24 de setembro e está registrada na Justiça Eleitoral do Ceará sob o número 09888/2018.

Bolsonaro estaciona e vê Haddad se aproximar


A pouco mais de dez dias das eleições, nova rodada do Ibope, divulgada ontem, mostra Fernando Haddad (PT) a seis pontos de distância de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida ao Planalto.
Líder nas pesquisas, o militar se manteve com 28% da preferência do eleitorado, mesmo patamar da sondagem da última terça-feira, 18.

O vice-prefeito de São Paulo, no entanto, passou de 19% para 22%. Em uma semana, o petista foi o único presidenciável a se movimentar fora da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O Ibope mostra ainda que o pedetista Ciro Gomes estabilizou-se em 11% a trajetória do ex-governador do Ceará não se altera desde o dia 11 de setembro, quando Haddad foi oficializado candidato.

Geraldo Alckmin oscilou positivamente um ponto, indo a 8%, e a concorrente da Rede Marina Silva foi a 5%, caindo um ponto.

João Amoêdo (Novo) chegou a 3% e Álvaro Dias (Podemos), a 2%. Postulante do Psol, Guilherme Boulos tem 1%, atrás de Henrique Meirelles (MDB), com 2%. João Goulart Filho (PPL), Vera (PSTU), Cabo Daciolo (Patriota) e Eymael (DC) não pontuaram.

Não sabem ou não responderam são agora 6%. Brancos e nulos somam 12%.  O Ibope ouviu 2.506 pessoas em 178 municípios, entre os dias 22 a 23 de setembro.

A pesquisa também testou cenários de segundo turno na corrida presidencial. Nessa etapa, o desempenho de Bolsonaro se deteriorou. O candidato do PSL perde para Haddad, Ciro e Alckmin e empata com Marina.

Contra o petista, o militar atinge 37% ante 43% de Haddad. Ao lado de Ciro, o deputado federal sai-se pior: tem 35% contra 46%. Ele também é vencido pelo tucano por 41% a 36%. Se o adversário é a ex-ministra Marina, o resultado é igual 39% a 39%.

O Ibope verificou ainda a rejeição dos candidatos. O percentual de eleitores que afirmaram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum aumentou quatro pontos, saindo de 42% para 46%.

Na sequência do ranking de rejeição vêm Haddad (30%), Marina (25%), Alckmin (20%) e Ciro (18%).

Haddad evitou comemorar os resultados da pesquisa. "Vamos trabalhar com muita serenidade até o dia 7. Temos 13 dias ainda", afirmou ao chegar a evento na capital paulista.

O tom de Haddad contrasta com o discurso da militância e de políticos presentes no evento. O candidato do PT ao governo paulista, Luiz Marinho, disse que está se formando uma "onda vermelha".

Em terceiro no levantamento, Ciro respondeu, por meio de assessoria de imprensa, que "as pesquisas são retratos do momento e as eleições são um filme". O pedetista acrescentou que "esta semana teremos outros retratos" o Datafolha divulga novo levantamento na sexta-feira.

A equipe tucana recebeu o Ibope inicialmente com apreensão, mas depois viu  alento no quadro, sobretudo porque, agora, o paulista ganhou uma narrativa para lutar pelo voto útil.

Nos comerciais que começam a ser exibidos hoje na propaganda do PSDB, um locutor mostra a imagem de Jair Bolsonaro se transformando aos poucos no rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba há cinco meses por corrupção.

A intenção é explorar o sentimento antipetista e sugerir que votar em Bolsonaro é pavimentar o caminho do partido de Lula de volta ao poder.

O maior receio na campanha do tucano era que o crescimento de Haddad criasse uma onda de voto útil que impulsionasse Bolsonaro para uma vitória no 1° turno.

Mas, a pouco menos de duas semanas das eleições, o candidato do PSL talvez tenha chegado a seu teto. 

(com agência)

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Edição do Dia

Candidatos apostam no NE para impulsionar campanhas

A menos de duas semanas do fim do primeiro turno das eleições presidenciais, os quatro candidatos mais competitivos visitaram o Nordeste na tentativa de melhorar desempenho na corrida ao Planalto. De acordo com especialista ouvido pelo O POVO, cada um deles tem um objetivo diferente na disputa.

Primeiro a ter agenda de olho nos 39 milhões de votos da região na reta final da campanha, o tucano Geraldo Alckmin esteve na Bahia, onde intensificou críticas a Jair Bolsonaro (PSL), de quem tenta arrancar eleitores à direita.

Líder nas pesquisas, o capitão da reserva está hospitalizado vítima de atentado a faca no dia 6 de setembro, em atividade em Juiz de Fora (MG).
Pesquisador da Universidade Federal do Ceará e membro do Conselho de Leitores do O POVO, Cleyton Monte diz que o candidato tucano mira o "Nordeste urbano, das capitais, que não é necessariamente do PT".

Para Monte, esse eleitorado mais escolarizado e morador das grandes cidades pode estar se deslocando do lulismo. "Existem colorações diferentes nesse Nordeste", afirma o sociólogo. "E o candidato tucano busca um eleitorado que não fechou com Haddad."

A estratégia de Alckmin, avalia o pesquisador, é atrair o voto antilulista que migrou para Bolsonaro e o de Ciro Gomes (PDT), que tem explorado a fragilidade da campanha do PSDB -Datafolha e Ibope apontam Alckmin patinando no patamar de um dígito.

Ex-governador do Ceará, Ciro lançou ofensiva por cinco dos nove estados nordestinos nos últimos dois dias: Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco.

Nesse périplo, o ex-governador concentrou sua artilharia em Bolsonaro, atacando a proposta de recriação da CPMF, apresentada pelo assessor econômico do candidato, o economista Paulo Guedes.

"Toda a pequena classe média vai passar a pagar muito mais imposto de renda do que paga e vai diminuir o imposto do rico", disse Ciro, em vídeo publicado no Twitter. "O Bolsonaro tem falado o que cada pessoa quer ouvir. Na hora que a gente começa a perceber, essa contradição é muito grave para o Brasil."

O POVO entrou em contato com a coordenação da campanha de Ciro, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Na dianteira entre o eleitorado nordestino, com 26% da preferência no último Datafolha, Haddad visitou Bahia e Pernambuco ontem. Nos dois estados, fez campanha ao lado dos governadores petistas Rui Costa (BA) e Wellington Dias, do Piauí, ambos candidatos à reeleição.

Ex-prefeito de São Paulo, o substituto de Lula tenta consolidar a migração da base eleitoral lulista para sua candidatura. "Se o PT tivesse convicção de que todo o voto do Nordeste iria para Haddad, ele nem estaria em Pernambuco. Estaria em São Paulo e Minas Gerais", acrescenta Monte.

Deputado federal pelo Ceará, José Guimarães (PT) afirma que a agenda de Haddad vai priorizar Sul e Sudeste a partir de agora.

"Vamos concentrar em Minas e, se der, vir novamente ao Nordeste, mas isso depende do crescimento da candidatura", afirma. "A transferência de votos de Lula já beira os 40% no Nordeste e está pilotando a ida de Haddad para o segundo turno."

BOULOS
Candidato do Psol, Guilherme Boulos visitou Fortaleza no último sábado. Na cidade, criticou aliança entre Camilo e Eunício. "No nosso palanque não tem lugar pra golpista", disse.