O candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, se irritou com as declarações do vice na sua chapa, general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), que criticou o pagamento do décimo terceiro salário e de adicional de férias. Logo que foi informado da fala de Mourão, Bolsonaro usou o Twitter para se posicionar contra o general e orientar aliados a defender as garantias trabalhistas. Na mensagem, Bolsonaro sugeriu que Mourão não conhece as regras constitucionais.
"O 13º salário do trabalhador está previsto no art. 7º da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (Não passível de ser suprimido sequer por Proposta de Emenda à Constituição)", escreveu. "Criticá-lo, além de ser ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição", acrescentou.
Nas primeiras conversas com pessoas próximas sobre esse episódio, Bolsonaro voltou a defender que Mourão evite participações em eventos públicos. Na semana passada, o candidato a vice já tinha sido orientado a suspender sua agenda após dar outras declarações polêmicas.
Mais cedo, em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, Mourão afirmou que o 13º salário e o pagamento de adicional de férias são "jabuticabas", ou seja, só ocorrem no Brasil. "Temos umas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo empresário", disse.
"Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Como a gente arrecada 12 (meses) e pagamos 13? O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais", completou. "São coisas nossas, a legislação que está aí. A visão dita social com o chapéu dos outros e não do governo", reforçou o vice de Bolsonaro.
Representantes das oito centrais sindicais brasileiras subscreveram ontem uma nota em reação às declarações do general Mourão. Os sindicalistas classificaram como "descabida, ofensiva e lamentável" a fala do general. Segundo eles, as declarações revelam "o que está por trás de Bolsonaro: uma candidatura antissocial que deve ser repudiada por toda a classe trabalhadora brasileira".
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, também criticou a declaração do general.
"Não posso ser a favor, como disse hoje o general Mourão, de que o 13° é jabuticaba brasileira. Não é possível achar que o trabalhador que sua a camisa, e muitas vezes é explorado, não tenha direito nem ao 13°", disse o tucano após participar da abertura da 14ª Expocristã, na capital paulista.
Internado desde 7 de setembro após sofrer atentado a faca, Jair Bolsonaro teve adiada a sua saída do hospital, que estava prevista para hoje. De acordo com pessoas próximas ao presidenciável, o quadro foi constatado após a retirada do catéter na quarta-feira, 26. Bolsonaro está internado no Hospital Israelita Albert Einstein. A reportagem apurou que a avaliação médica repassada a equipe de Bolsonaro é de que o quadro não apresenta nenhum tipo de risco e que o candidato poderia sair neste domingo, 30.
Agência Estado
Hospital
O médico do candidato pelo PSL Jair Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, confirmou que foi detectada uma contaminação no cateter que estava no braço do presiden-ciável. Segundo Macedo, a bactéria encontrada foi um germe simples de pele, de "fácil tratamento".
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