A pouco mais de dez dias das eleições, nova rodada do Ibope, divulgada ontem, mostra Fernando Haddad (PT) a seis pontos de distância de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida ao Planalto.
Líder nas pesquisas, o militar se manteve com 28% da preferência do eleitorado, mesmo patamar da sondagem da última terça-feira, 18.
O vice-prefeito de São Paulo, no entanto, passou de 19% para 22%. Em uma semana, o petista foi o único presidenciável a se movimentar fora da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O Ibope mostra ainda que o pedetista Ciro Gomes estabilizou-se em 11% a trajetória do ex-governador do Ceará não se altera desde o dia 11 de setembro, quando Haddad foi oficializado candidato.
Geraldo Alckmin oscilou positivamente um ponto, indo a 8%, e a concorrente da Rede Marina Silva foi a 5%, caindo um ponto.
João Amoêdo (Novo) chegou a 3% e Álvaro Dias (Podemos), a 2%. Postulante do Psol, Guilherme Boulos tem 1%, atrás de Henrique Meirelles (MDB), com 2%. João Goulart Filho (PPL), Vera (PSTU), Cabo Daciolo (Patriota) e Eymael (DC) não pontuaram.
Não sabem ou não responderam são agora 6%. Brancos e nulos somam 12%. O Ibope ouviu 2.506 pessoas em 178 municípios, entre os dias 22 a 23 de setembro.
A pesquisa também testou cenários de segundo turno na corrida presidencial. Nessa etapa, o desempenho de Bolsonaro se deteriorou. O candidato do PSL perde para Haddad, Ciro e Alckmin e empata com Marina.
Contra o petista, o militar atinge 37% ante 43% de Haddad. Ao lado de Ciro, o deputado federal sai-se pior: tem 35% contra 46%. Ele também é vencido pelo tucano por 41% a 36%. Se o adversário é a ex-ministra Marina, o resultado é igual 39% a 39%.
O Ibope verificou ainda a rejeição dos candidatos. O percentual de eleitores que afirmaram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum aumentou quatro pontos, saindo de 42% para 46%.
Na sequência do ranking de rejeição vêm Haddad (30%), Marina (25%), Alckmin (20%) e Ciro (18%).
Haddad evitou comemorar os resultados da pesquisa. "Vamos trabalhar com muita serenidade até o dia 7. Temos 13 dias ainda", afirmou ao chegar a evento na capital paulista.
O tom de Haddad contrasta com o discurso da militância e de políticos presentes no evento. O candidato do PT ao governo paulista, Luiz Marinho, disse que está se formando uma "onda vermelha".
Em terceiro no levantamento, Ciro respondeu, por meio de assessoria de imprensa, que "as pesquisas são retratos do momento e as eleições são um filme". O pedetista acrescentou que "esta semana teremos outros retratos" o Datafolha divulga novo levantamento na sexta-feira.
A equipe tucana recebeu o Ibope inicialmente com apreensão, mas depois viu alento no quadro, sobretudo porque, agora, o paulista ganhou uma narrativa para lutar pelo voto útil.
Nos comerciais que começam a ser exibidos hoje na propaganda do PSDB, um locutor mostra a imagem de Jair Bolsonaro se transformando aos poucos no rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba há cinco meses por corrupção.
A intenção é explorar o sentimento antipetista e sugerir que votar em Bolsonaro é pavimentar o caminho do partido de Lula de volta ao poder.
O maior receio na campanha do tucano era que o crescimento de Haddad criasse uma onda de voto útil que impulsionasse Bolsonaro para uma vitória no 1° turno.
Mas, a pouco menos de duas semanas das eleições, o candidato do PSL talvez tenha chegado a seu teto.
(com agência)
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