sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Edição do Dia

SEGUNDO TURNO Bolsonaro ou Haddad: saiba quem os congressistas eleitos no Ceará apoiam

17:00 | 25/10/2018
Um dos candidatos será escolhido o presidente do Brasil no próximo domingo (Fotos: Agência Brasil)
Para cada congressista cearense eleito que declara voto em Jair Bolsonaro (PSL), dois apoiam Fernando Haddad (PT). Ao todo, 22 deputados federais e dois senadores, além de Tasso Jereissatti (PSBD) — com mandato até 2022 —, estarão nas casas federais do Legislativo representante o Estado. Entre eles, dez disseram apoiar o petista, enquanto cinco escolheram o candidato do PSL no próximo domingo, 28. A posição é indicativa do apoio que o eleito poderá vir a ter entre os cearenses - embora esse cenário possa sofrer migrações após a eleição. São comuns, sobretudo, mudanças de antigos opositores para a base aliada.
 
Além de companheiros de partido, Haddad tem a suporte no Ceará de parlamentares do PDT. A sigla declarou voto crítico ao candidato indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
O apoio ganhou mais destaque nacional após declarações do senador cearense recém-eleito Cid Gomes  (PDT). Ponderando que irá votar no candidato de esquerda, o Ferreira Gomes bateu boca com militantes do PT durante evento da campanha do PT. “Vão perder, e vão perder feito”, disse em meio a vaias da público, no último dia 15 de outubro, em Fortaleza. 
 
Apoio no Ceará
 
Sendo só o terceiro candidato mais votado no Ceará no primeiro turno, Bolsonaro também tem apoio reduzido dos congressistas cearenses. Cinco disseram apoiá-lo. Além do colega de legenda, Heitor Freire (PSL), endossam o coro pelo capitão do Exército os também deputados Capitão Wagner (Pros), Roberto Pessoa (Pros) e Dr. Jaziel (PR) e o senador Eduardo Girão (Pros). 
 
 
A três dias das eleições, três candidatos não declaram voto. Apesar de já ter criticado Bolsonaro, Tasso mantém a neutralidade no segundo turno. Célio Studart (PV) e Moses Rodrigues (MDB) informaram que preferem não divulgar suas preferências.
 
Sete candidatos não responderam à reportagem. Os deputados Júnior Mano (Patriota) e Vaidon Oliveira (Pros) não atenderam às chamadas do O POVO Online. As assessorias de imprensa dos candidatos AJ Albuquerque (PP), Robério Monteiro (PDT), Genecias Noronha (SD) e Domingo Neto (PSD) também não responderam à pergunta encaminhada. Já a do deputado Mauro Filho (PDT) disse não ter conseguido entrar em contato com o político. 
 
 

Bolsonaro e seus arroubos autoritários

Os quase 30 anos de mandatos não foram suficientes para o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, entender o significado da palavra democracia. Durante ato de seus apoiadores na Avenida Paulista, no último domingo, o capitão reformado afirmou que os "vermelhos" terão duas opções: "ou vão para fora ou vão para a cadeia".

De uma coisa Bolsonaro precisa ter noção caso seja eleito presidente: terá oposição, como acontece em todas as repúblicas sérias mundo afora. E uma oposição forte, em virtude das ideias polêmicas que defende. Logo, precisará exercitar a tolerância e o diálogo caso não queira mergulhar o Brasil em um caos pior do que o atual.

A fala, entretanto, não chega a ser surpreendente se levarmos em conta outras declarações do deputado. Há alguns anos, ele já se disse a favor da tortura, destacou que voto não iria mudar nada no País, que precisamos de uma guerra civil que mate ao menos "uns 30 mil", vitimando até inocentes. 

Mais recentemente, pediu para militantes "metralharem a petralhada", num claro estímulo ao ódio e à violência. Também não faltaram ataques à imprensa. Como resultado, pessoas sendo agredidas e até mortas nas ruas e jornalistas ameaçados.

A falta de sensibilidade com alguns setores sociais também virou marca do candidato, numa postura que parece não compreender nossa diversidade e necessidades específicas. Depois de já ter afirmado que "porrada" é a cura para um filho gay, que quilombola não serve "nem para procriar" e que não empregaria uma mulher com o mesmo salário de um homem, Bolsonaro declarou que vai acabar com o "coitadismo" do negro, da mulher, do gay, do nordestino.

Por meio da chacota, o candidato não reconhece que existe, sim, um preconceito histórico contra esses segmentos. Resultado do machismo, de anos de escravidão, de homofobia, de nossa pobreza. Aristósteles, ainda no século IV antes de Cristo, afirmava que devemos "tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida da sua desigualdade".

Por isso a necessidade de políticas afirmativas, como cotas para negros, programas de proteção a mulheres e ao público LGBT. Sem essa dimensão que supera qualquer embate esquerda-direita, que preserva marcos civilizatórios, Bolsonaro corre sério risco de fazer um governo autoritário e desumano, o que significa retrocesso e agravamento de tensões. Tudo o que não precisamos no momento.

Ítalo Coriolano
coriolano@opovo.com.br
jornalista do O POVO

Diferença entre Bolsonaro e Haddad cai seis pontos

A três dias da votação, nova rodada do Datafolha mostra que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) se mantém na liderança, mas a vantagem caiu seis pontos em relação ao levantamento anterior.

Agora, a sondagem registra 56% dos votos válidos para o capitão da reserva ante 44% de Fernando Haddad (PT).

Na pesquisa da semana passada, feita nos dias 17 e 18, o Datafolha marcava 59% para Bolsonaro contra 41% de Haddad.

De acordo com o instituto, a trajetória do candidato do PSL é de queda em todos os estratos nos quais domina, sobretudo entre os homens mais pobres (quatro pontos) e o segmento cuja renda familiar mensal está acima de dez salários mínimos (oito pontos).

Entre eleitores com ensino superior, por exemplo, Haddad cresceu quatro pontos percentuais, passando de 35% para 39%, enquanto Bolsonaro foi de 65% para 61%.

O petista avançou também no eleitorado situado em faixa de renda de até dois salários mínimos (três pontos) e entre os mais ricos (8%). Nessa ponta, o resultado é de 56% a 44%.

Quando se consideram apenas as regiões do País, o maior crescimento do ex-prefeito de São Paulo está no Norte. Ali, o postulante foi de 34% para 41%. Bolsonaro, por sua vez, caiu de 66% para 59%.

No Sul, Haddad melhorou quatro pontos, mas Bolsonaro ainda assegura ampla vantagem: 65% da preferência contra 35% do candidato de Lula.

O presidenciável do PT, no entanto, aumentou a dianteira no Nordeste, onde obtém 66% contra 34% do oponente, patamar muito próximo do alcançado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que foi de aproximadamente 70% em 2014.

O resultado mais expressivo de Haddad se verifica entre os mais jovens (16 a 24 anos). Nesse espectro dos entrevistados, ele ultrapassou Bolsonaro pela primeira vez na campanha. No Datafolha anterior, o deputado federal vencia o adversário por 55% a 45%. Agora, o placar é de 52% a 48% para o ex-ministro da Educação.

Bolsonaro continua sendo a melhor opção para 69% do eleitorado evangélico. Nesse mesmo recorte de religião, Haddad marca 31%.

Entre católicos, porém, os candidatos estão em situação de empate técnico: 51% a 49%, com o militar numericamente à frente.

O Datafolha ouviu 9.173 eleitores em 341 cidades nas últimas quarta, 24, e quinta-feira, 25. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e a TV Globo. Todos os resultados se referem aos votos válidos, forma utilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contabilizar os sufrágios.

Segundo o instituto, a taxa de indecisos nesta disputa é inédita às vésperas do segundo turno de uma eleição presidencial: 14%.

É contingente suficiente para garantir migração de votos de última hora, fenômeno que se acentua na etapa final da campanha.

Entre os que pretendem votar em branco ou anular, a maioria rejeita Bolsonaro. Entre indecisos, a maior parte admite votar em Haddad.

O Datafolha também aferiu a rejeição dos candidatos. O índice de eleitores que não pretendem votar em Haddad de jeito nenhum oscilou de 54% para 52%, enquanto o de Bolsonaro foi de 41% para 44%.

ELEIÇÕES 2018 'Minha mulher tá com ciúme de tanto aceno que faço ao Ciro', diz Haddad no Recife

Fernando Haddad ao lado do governador Paulo Câmara e demais lideranças políticas (Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem)
Em evento no Recife, nesta quinta-feira 25, o candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, acenou para o ex-candidato do PDT, Ciro Gomes em busca de apoio para sua candidatura neste segundo turno, que será contra o deputado Jair Bolsonaro (PSL). Em tom de brincadeira, o petista afirmou "Minha mulher tá com ciúme de tanto aceno que faço ao Ciro".
 
À imprensa, e ao lado do governador reeleito Paulo Câmara (PSB), Haddad complementou que está conversando com Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, e espera contar com o apoio dos pedetistas. "Falei com ele ontem (quarta-feira), falei de todas as pesquisas que indicam uma virada, disse a ele "venha para a virada, venha para se somar'. Se tem aresta é hora de colocar de lado, depois a gente se acerta, se tiver algo a dizer depois a gente diz. Tem três dias para virar o jogo, com o Ciro fica mais fácil, mas vamos virar."
  
Ciro 
 
Após despontar em terceiro lugar na disputa presidencial do primeiro turno, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PTD) embarcou em uma viagem para a Europa, frustrando os planos petistas de conseguir o apoio integral do pedetista. Nesta sexta-feira, 26, ele retorna ao Brasil e será recepcionado por apoiadores em Fortaleza.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Edição do Dia

Deixa que o Rei resolve

ARTHUR (à esquerda) fez mais dois e chegou a sete na Série A FERNANDO MORENO/AE
ARTHUR (à esquerda) fez mais dois e chegou a sete na Série A FERNANDO MORENO/AE
As situações eram adversas. Jogo fora de casa, estádio com bom público, pressão por vitória, favoritismo do adversário. Neste contexto, o Ceará bateu o Cruzeiro no Mineirão, em Belo Horizonte, graças à noite inspirada de seu centroavante, carinhosamente chamado pela torcida de "Rei" Arthur.
O jovem atacante de 20 anos resolveu a partida ao marcar os dois gols da peleja, ambos no segundo tempo. A apresentação do camisa 40 garantiu três pontos para o Alvinegro do Porangabuçu, a subida de três posições na tabela e a saída da zona de rebaixamento da Série A. Com o triunfo, o Vovô quebrou ainda o tabu de nunca ter vencido os mineiros fora de seus domínios.

Além do protagonismo de Arthur, o Vovô fez partida praticamente perfeita diante da proposta de se defender atrás da linha de meio-de-campo e explorar os contra-ataques. Sem o suspenso Lisca, o Ceará surpreendeu ao entrar em campo com João Lucas, Ricardinho e Juninho nas vagas que costumam ser de Felipe Jonatan, Edinho e Juninho Quixadá.

No primeiro tempo, Arthur deu uma amostra do que poderia aprontar no Mineirão. O centroavante teve duas chances de marcar, uma delas parando na trave após bobeada do goleiro Fábio. A equipe alvinegra fez uma partida equilibrada nos primeiros 20 minutos de jogo, com o sistema defensivo bem postado, dando pouco espaço para o Cruzeiro.

Na parte final da primeira etapa, a Raposa cresceu de produção, explorando o lado direito da defesa do Ceará, mas sem força para abrir o placar. Na melhor chance dos donos da casa, Everson salvou.

No segundo tempo, o Ceará foi cirúrgico. Em duas chances que teve com contra-ataques, balançou as redes duas vezes. Certeiro, Arthur marcou nos únicos dois chutes na direção do gol. Logo após o primeiro tento, Valdo entrou no lugar de Leandro Carvalho e reforçou ainda mais a zaga alvinegra, que segurou o ataque rival sem maiores dificuldades até o apito do árbitro.

Destaque da partida também foi Richardson. O volante manteve o alto padrão de marcação em mais um jogo de entrega máxima e foi responsável por puxar contragolpe do gol final, após desarme no campo de defesa. Já Leandro Carvalho incomodou os defensores cruzeirenses enquanto esteve em campo.

O Ceará volta a campo na segunda-feira, 29, no Castelão, contra o Atlético-MG, com chance de se distanciar da Z-4.

BRASILEIRO SÉRIE A
1º Palmeiras 62 30 18
2º Flamengo 58 30 17
3º Internacional 57 30 16
4º São Paulo 53 30 14
5º Grêmio 52 30 14
6º Atlético-MG 46 30 13
7º Santos 43 30 11
8º Atlético-PR 40 30 11
9º Fluminense 40 30 11
10º Cruzeiro 40 30 10
11º Bahia 37 30 9
12º Corinthians 36 30 9
13º Botafogo 35 30 8
14º Ceará 34 30 8
15º Vasco 34 30 8
16º América-MG 34 30 8
17º Vitória 33 30 9
18º Chapecoense 31 30 7
19º Sport 30 30 8
20º Paraná 17 30 3

Lei Bolsonaro = Fake News

Agora virou referência mundial. "Novo projeto de lei para o combate a fake news ganhou o nome de Lei Bolsonaro, em homenagem ao candidato à Presidência da República do Brasil que espalhou notícias falsas durante toda a sua campanha", tuitou o PT. "Lei Bolsonaro" foi um dos assuntos mais comentados no Twitter, gerou um alcance estimado de 101 mil perfis, e 20 mil menções (via Tweetreach). A notícia foi destaque aqui no jornal O POVO (via Blog de Política), e também na Vice, O Globo, Diário de Pernambuco, IstoÉ, Jornal Correio, Yahoo, Fayer Wayer (ESP) e outros veículos da web.

BOLSONARISTAS
Reação de bolsonaristas foi de fazer pouco do senador chileno, autor da lei: "Fui ver a ficha do cidadão Navarro: esquerdista. Nada mais" (Iana Brum); "Criado por um Boulos Chileno" (Wes Caicedo).

EDUARDO JORGE
Vice de Marina Silva (Rede), postou no Facebook que votará "nulo" no 2º turno.

SÔNIA BRAGA
Vídeo que a atriz pede "mudança de voto pelo Brasil", foi postado no Facebook e Twitter do PT. Total de 105 mil views, e 16 mil interações (até as 21h).

FAKE NEWS
Vídeo "Fake News de Bolsonaro e Haddad", do canal "Nostalgia" (Felipe Castanhari) foi o #21 do dia com 1,5 milhão de views, e 15 mil comentários.

CULTURA POP
Site de entretenimento, o Omelete publicou um vídeo (50 mil views) que discute o que a cultura pop pode ensinar sobre a política. A mensagem é clara: "Como não faz sentido ser nerd e preconceituoso ao mesmo tempo". Os comentários foram mais positivos, na linha "Não importa quem apoia politicamente, todo mundo merece respeito!" (Kathe Andrade).

Vinte deputados eleitos no Ceará respondem a 37 ações no TRE

Mais de duas semanas após o resultado das eleições no Ceará, 16 deputados estaduais e quatro deputados federais seguem com pendências no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). Em 37 ações tramitando na Corte, a maioria responde a acusações por suposta propaganda eleitoral irregular.

A informação tem base em levantamento do O POVO Dados junto ao TRE-CE. Além das ações por propaganda antecipada ou irregular, parlamentares respondem por suposta divulgação de fake news e até por casos mais graves, envolvendo abusos de poder político e econômico.

Deputado estadual mais votado no Estado, André Fernandes (PSL) responde a processo movido pelo governador Camilo Santana (PT). Na ação, Camilo cobra direito de resposta por supostos ataques do parlamentar nas redes sociais.

O levantamento constatou disputa mais acalorada entre o senador e candidato a reeleição Eunício Oliveira (MDB) e o deputado federal eleito Capitão Wagner. "Campeão" de ações com seis processos por supostas irregularidades na campanha, Wagner responde a três processos movidos por Eunício e outros três da coligação do emedebista. Nos pleitos de 2014 e 2016, os dois eram aliados.

Entre as acusações, está a de propaganda irregular, onde Eunício acusa Wagner e o senador eleito Luís Eduardo Girão (Pros), aliado do deputado, de utilizarem o tempo de televisão para "o atacarem indiretamente", e de divulgação de uma "pesquisa fraudulenta".

Capitão Wagner classificou os processos como "equívoco" e afirmou tratar-se de estratégia jurídica para tirar o foco da campanha. Procurado pelo O POVO, Luís Eduardo Girão rejeitou divulgação de pesquisa fraudulenta. Ele destaca que divulgou, em perfis das redes sociais, apenas relatório de tendências do Google divulgado inclusive na imprensa local.

Além de Wagner, os deputados federais eleitos Moses Rodrigues (MDB), Leônidas Cristino (PDT) e Heitor Freire (PSL) também respondem ações por propaganda irregular.

Sobre o mesmo tema, respondem os deputados estaduais eleitos Agenor Neto (MDB), Audic Mota (PSB), Augusta Brito (PCdoB), Elmano Freitas (PT), Érika Amorim (PSD), Fernanda Pessoa (PSDB), Fernando Hugo (PP), Zezinho Albuquerque (PDT), Jeová Mota (PDT), Marcos Sobreira (PDT), Júlio César Filho (PPS) e Queiroz Filho (PDT). Já Nezinho Farias (PDT) é acusado de distribuição de brindes de campanha. Todos rejeitam as acusações e se defendem no TRE-CE.

Como unir os opostos?

Assim como em 2014, o Brasil segue dividido em mais uma campanha presidencial. Se há quatro anos a disputa era entre projetos de governo, neste ano vai muito além.

A decisão do voto, agora, passa pelo ódio ao PT, representado por Fernando Haddad, e aversão ao que representa Jair Bolsonaro (PSL). No discurso de vitória da última disputa, a então presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) prometeu trabalhar pela união do País. Dois anos depois foi deposta acusada de cometer crime de responsabilidade.

Depois do próximo domingo, 28, o desafio colocado para quem vencer a eleição é, com o respaldo popular, garantir o funcionamento das instituições para consolidar as bases da união nacional. A opinião é do decano da Câmara dos Deputados, Miro Teixeira (Rede-RJ).

Em entrevista ao O POVO, o parlamentar se diz "otimista" do porvir apesar da instabilidade política e econômica. Para ele, o eleito deverá cumprir a Constituição, como garantir a liberdade de imprensa e o espaço ao contraditório. "Ele (o eleito) tem que honrar o juramento dele de cumprir a Constituição", sintetizou. A declaração do veterano ocorre na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal reage a ataques ao Judiciário.

Ainda de acordo com o deputado, que participou da construção da Constituição de 1988, o respaldo do presidente eleito não virá apenas das urnas, mas da postura que tiver à frente do Palácio do Planalto. "O presidente que não rouba nem deixa roubar pode se relacionar muito bem com o Congresso Nacional, contar com o apoio da opinião pública e aprovar projetos úteis na vida do País", opinou.

Mais do que cumprir as leis, o gestor vai precisar lidar com o atual sistema político e o chamado governo de coalizão. Bolsonaro, que se vende como "o novo", renegando conchavos políticos e distribuição de ministérios com os aliados, é uma incógnita quando o assunto é articulação.

Para o professor Rafael Silveira e Silva, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, os poucos projetos aprovados pelo presidenciável nos quase 30 anos como parlamentar não traz de forma clara essa capacidade de diálogo para aprovar as reformas. Nesse caso, seus interlocutores é que terão que entrar em campo.

"Não temos informações suficientes do traquejo político dele para lidar com diferentes posicionamentos numa Presidência da República. A forma de conduzir a campanha desfavoreceu uma visão muito mais clara daquilo do que poderíamos entender de Jair Bolsonaro", comenta o especialista.

Sobre o adversário de Bolsonaro, Silveira lembra a falta de controle de Haddad com o próprio partido, que historicamente tem dificuldade de ceder em negociações. A alta rejeição da legenda no País também é um entrave para o ex-prefeito de São Paulo caso consiga vencer a eleição. "Essa dificuldade (nas negociações) só foi vencida durante a presidência de Lula. 
Não entendo que o Haddad tenha essa liderança dentro do PT", explica.

O professor de Direito Eleitoral do CERS Cursos Online, João Paulo Oliveira, lembrou que a economia será a grande indutora dessa possível união. Com a situação ainda em clima de instabilidade, o novo governante terá que tomar medidas impopulares, na opinião dele, e isso poderá fazer crescer a pressão no governo, somado ao clima de divisão vivido na eleição.

"A primeira medida tem que ser para acalmar os ânimos e tentar fazer o possível para uma união nacional, e para ter um certo tempo de apresentar medidas", argumenta. Oliveira reforça que o discurso adotado em 2014, do "nós contra eles", pode evitar que a possibilidade de união finalmente seja exitosa. "(Nesse caso) Eu não acredito nem que o governo consiga levar esse 2019 com tranquilidade", aponta.

Com apoio de Eunício, Camilo consegue cessão de terreno da Base para expansão do aeroporto


O presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB), e o governador Camilo Santana (PT) estiveram reunidos, nesta quarta-feira, em Brasília, com o ministro da Defesa, General Joaquim Silva e Luna. No encontro, Luna anunciou que o projeto de cessão do terreno da Base Aérea de Fortaleza para utilização no plano de concessão do Aeroporto Internacional Pinto Martins já foi finalizado e incluído no Plano de Alienação da Base.
“Mais uma etapa superada para conclusão do processo”, comemorou o governador Camilo Santana, adiantando que essa é mais uma “demanda importante do Estado, que conta com o apoio de Eunício, para atender projetos estruturantes e assim impulsionar o crescimento econômico do Ceará.”

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Edição do Dia

Folha de S.Paulo cobra investigação da Polícia Federal

A Folha de S.Paulo entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ontem, para que a Polícia Federal instaure inquérito sobre as ameaças contra uma jornalista e um dos diretores da empresa. Conforme o jornal divulgou no próprio portal de notícias, os ataques começaram após a publicação da reportagem "Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp". A Folha acredita que existem indícios de uma ação orquestrada para constranger a liberdade de imprensa.

A repórter Patrícia Campos Mello, autora da matéria, recebeu mensagens por meio de redes sociais e também por e-mail. Já um dos números de WhatsApp do jornal recebeu mais de 220 mil mensagens. Cerca de 50 mil contas do aplicativo. 

Entidades internacionais emitiram notas de repúdio. Como do Comitê para a Proteção dos Jornalistas e o Repórteres Sem Fronteiras. O WhatsApp da jornalista chegou a ser hackeado e houve organização de grupos pró-Bolsonaro para confrontar a jornalista em um evento em que ela participaria. O diretor executivo do Datafolha, Mauro Paulino, foi ameaçado por redes sociais e na própria casa.

VERSÃO IMPRESSA Camilo e Cid reúnem parlamentares e gravam vídeos pró-Haddad

01:30 | 24/10/2018
INTENÇÃO de Camilo é garantir boa maioria de votos para Haddad no Ceará TATIANA FORTES
INTENÇÃO de Camilo é garantir boa maioria de votos para Haddad no Ceará TATIANA FORTES
O governador do Ceará Camilo Santana (PT) reuniu parlamentares ontem em um café da manhã para pedir reforços na campanha do presidenciável petista Fernando Haddad. Na ocasião, deputados estaduais e federais gravaram vídeos nos quais declaram apoio e pedem votos para Haddad, ladeados por Camilo Santana e pelo ex-governador e senador eleitor, Cid Gomes (PDT).

O encontro ocorreu na residência oficial do governador, ao lado do Palácio da Abolição, e contou com a presença de 11 deputados federais e 30 deputados estaduais, de partidos como PT, PDT, PP, Patriota, PSB, PPS, PCdoB e MDB, além de Cid.

O pedido de reforço na campanha presidencial inclui a participação ativa em eventos agendados no Ceará para a reta final do segundo turno e a busca do apoio de prefeitos e vereadores aliados.

"O governador sinalizou que é muito importante ter uma boa maioria do Haddad aqui no Ceará. Isso fortalece muito politicamente nós todos os cearenses", relatou o deputado federal Leônidas Cristino (PDT).

A presença de Cid Gomes e de outros filiados do PDT no evento reflete também o esforço pela transferência para Haddad de votos recebidos por Ciro Gomes, presidenciável pedetista no 1º turno.

O Ceará é o único estado brasileiro em que o pedetista ficou em primeiro lugar na primeira fase do processo eleitoral, com 40,95% dos votos válidos. Haddad ficou em segundo, com a preferência de 33,12%, e Bolsonaro em terceiro, com 21,04%.

"No nosso entender, (Ciro) era o melhor candidato. Mas não sendo o Ciro, é o Haddad. Inclusive o nosso partido anteriormente fez uma reunião em Brasília e a gente está na campanha de forma consciente e amadurecida", disse Leônidas.

Coordenador da campanha do presidenciável no Ceará, o deputado federal José Guimarães (PT) considera que "foi um café da manhã em alto estilo e (que) ficaram todos empolgados com a possibilidade de virada do Haddad". O deputado estadual Moisés Braz, presidente do PT no Ceará, comentou que o evento foi importante para "correr atrás de garantir a eleição de Haddad". Já o deputado estadual Evandro Leitão disse que foi um encontro "tranquilo", com um café da manhã "muito bem servido".

No fim da tarde de ontem, o governador divulgou no Facebook um compilado de vídeos gravados com 40 parlamentares durante a manhã.

Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Nelson Martins, no café da manhã de ontem, o governador também agradeceu aos deputados pelo apoio que tem recebido na Assembleia Legislativa e pediu que, nesta semana, os parlamentares da Casa "marquem presença" em votação de "mensagem que trata da questão do centro de conexão de voos, o hub, para atrair empresas da Ásia que estão interessadas em vir para o Estado do Ceará".