Em 2017, empresas com capital estrangeiro movimentaram pouco mais de R$ 4,4 bilhões no Ceará. Deste montante, 43,44% foram aplicados, principalmente em indústrias, no município de São Gonçalo do Amarante, onde está localizado o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Os dados são da plataforma Ceará Global, que mostram muitas oportunidades de negócios ocorrendo no Litoral Oeste e em outros municípios da Região Metropolitana.
Dos 184 municípios cearenses, pelo menos em 103 houve injeção de capital estrangeiro. Ao todo, já são mais de 3,9 mil empresas com capital externo instaladas no Estado e mais de 4,6 mil investidores. Realidade bem diferente da que se tinha na década de 90, quando 27 empresas movimentavam em torno de US$ 480 milhões por ano.
O vice-presidente da Federação de Câmaras de Comércio Exterior no Ceará, Rômulo Alexandre Soares, explica que esta curva de interesse de estrangeiros no Ceará começou a mudar no fim da década de 1990 e começo dos anos 2000, primeiro pelo turismo e depois pelo crescimento de projetos eólicos. A partir de 2008, teve um ponto fora da curva que foram os aportes coreanos para a construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Até hoje os principais investidores no Estado.
"Junto com ela, vieram outras importantes indústrias para o Complexo. A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) também tem recebido muito investimento estrangeiro. Parte da Duramental foi adquirida por estrangeiros. E a própria Agropec, empresa de defensivos agrícolas, é outro exemplo: hoje a maior planta da Nufarm (australiana) na América Latina fica em Maracanaú", diz.
Do ponto de vista de atividades, hoje, o comércio é a que mais recebe este tipo de aporte no Ceará (39%), seguido das indústria (29%) e serviços (19%). Mas esta é uma configuração que pode mudar dependendo do município. No litoral, por exemplo, é grande o potencial de projetos nas áreas do turismo, setor imobiliário e de energias renováveis. Já na RMF, comércio e indústria atraem o investidor estrangeiro.
Para Rômulo, o processo de internacionalização da economia cearense tende a acelerar nos próximos anos, a partir dos novos voos internacionais no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. "Os investimentos portugueses no Estado cresceram muito a partir dos voos da TAP".
O movimento de ida dos produtos cearenses ao Exterior também está aumentando. O secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, César Ribeiro, diz, por exemplo, que a Air France já está transportando em torno de três a quatro toneladas de cargas por semana e a KLM mais de 10 mil. E que houve aumento de demanda no mercado de flores da região da Ibiapaba.
"A maior dificuldade que se tinha era inserir esta condição. Com este trabalho que estamos fazendo de aproximação da Air France-KLM do setor produtivo, a gente já percebe um aumento das exportações pelo modal aéreo e o mais importante é o crescimento de empregos que este aumento de demanda gera na outra ponta".
O que é o Ceará Global
O Ceará Global é uma plataforma desenvolvida pela Câmara Temática do Comércio Exterior, Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e a Câmara Brasil Portugal, com apoio da Junta Comercial, que ajuda a mapear quem são os investidores estrangeiros, áreas de interesse e volume investido. O endereço é http://cearaglobal/page/fdi
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