O turismo tem um impacto de 7,9% no consumo das famílias do Ceará e de 5% no Produto Interno Bruto (PIB). A partir do hub aéreo e dos novos voos internacionais, a perspectiva é dobrar essa participação em dez anos.
Somente neste ano, os voos domésticos devem ter um salto de 80 para 100 voos diários. Já os internacionais, hoje com uma frequência de 18 voos por semana, devem chegar a 46 no período. E há mais rotas em negociação. O hub da Air France/KLM/Gol, por exemplo, que começou a operar em maio com seis voos, avalia abrir mais um para França até o início do ano que vem. Quatro novos destinos estão sendo negociados com outras companhias e devem começar suas operações até fevereiro de 2019, conforme informa o secretário do Turismo, Arialdo Pinho.
“É um novo momento do Ceará. Com estas ligações que nós temos nacionais e internacionais criamos um centro de conexões no Nordeste e temos que tirar proveito disso. Mostrar que temos serviço, bons produtos para atrair o turista para o Ceará. Eu acredito que em dez anos esta participação do turismo no PIB do Estado pode dobrar”, prospecta o secretário.
Já sobre os dados do turismo, que voltaram a ser mensurados de forma específica pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), a divulgação foi realizada ontem durante o seminário “Novos turistas, novos desafios”, organizado pela Secretaria Estadual do Turismo (Setur).
O estudo “Conta Satélite do Turismo (PIB do Turismo)” usa como referência, sobretudo, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013. E mostra que este segmento, em termos de participação na composição do PIB, é equivalente à representatividade da agropecuária no Ceará. Atrás apenas das atividades realizadas pela administração pública (22,9%), comércio (15,7%), indústria da transformação (10,4%); atividades imobiliárias (9,5%) e construção civil (7,3%).
O economista Cláudio Monteiro Considera, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), que coordenou a pesquisa junto com o Ipece, ressalva, no entanto, que a distância temporal 2013 não traz prejuízos. “Não muda muito não. O turismo certamente é maior que em 2013, mas o PIB também é maior. Então, os dois percentuais crescendo, a realidade não é muito diferente”. O presidente do Ipece, Flávio Ataliba, pondera que o ano foi escolhido justamente por evitar o reflexo atípico da crise na economia.
Dentre os principais resultados deste estudo, está também o peso que o turismo tem para a economia não somente em cadeias produtivas tipicamente turísticas, como no ramo hoteleiro, mas também em áreas como os serviços de alimentação (56,7%), transporte rodoviário de passageiros (30,1%) e até para produção de pescado industrializado (1,5%) ou do segmento de calçados e artefatos de couro (2,3%).
O valor adicionado bruto do turismo sob a ótica da renda chega a 5% no Ceará e na remuneração das pessoas tem impacto de 3,5%. A atividade turística é responsável também por mais da metade dos empregos gerados nos segmentos de serviços de alimentação. Na média geral, responde por 6,6% dos empregos do Estado.
Cláudio ressalta que o peso do turismo para a economia cearense pode parecer pouco, mas não é. “É maior do que o impacto do turismo em Madri, por exemplo, que tem impacto de 4,7%”.
MALHA AÉREA NO ESTADO
Neste ano, os voos domésticos devem ter um salto de 80 para 100 voos diários. Já os internacionais, hoje com uma frequência de 18 voos por semana, devem chegar a 46 no período.
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