segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Esposas de presos causam conflito e fecham via

O primeiro dia do ano de 2017 foi marcado por um conflito causado por esposas de detentos do Complexo Penitenciário de Itaitinga. A confusão começou depois da pernoite na unidade. As esposas passaram o Réveillon na unidade prisional e permaneceram no local durante todo o domingo, que é o dia da visita. 
 
Depois que a visita acabou surgiram rumores de que acontecia uma rebelião no Complexo Penitenciário, especificamente no Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis), que é a unidade inaugurada em novembro de 2016 e considerada a maior do Ceará, e na Casa Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III). 
 
Por volta das 18 horas as mulheres iniciaram um protesto em que interditaram as duas vias da BR-116. Elas atearam fogo em pedaços de madeira e permaneceram na via, impedido que os automóveis passassem. Uma fila de pelo menos dois quilômetros se formou nas proximidades da Unidade. Tanto quem estava indo sentido Fortaleza/ Interior como quem estava utilizando a outra via, teve que permanecer no local esperando. Alguns motoristas tentavam ultrapassar. Outros saíram dos carros assustados com a situação. Algumas das esposas ameaçavam os passageiros que estavam nas vans de transporte alternativo e diziam que iam jogar pedras. 

MotivaçãoUma das primeiras hipóteses que surgiram, por parte de uma das esposas, era a que detentos que seriam relacionados a facções criminosas e que foram transferidos da Pacatuba queriam invadir outras alas do presídio. No entanto, essa versão foi negada pelas esposas dos presos. Uma delas conversou com O POVO e ressaltou que após a pernoite se revoltaram por causa da comida que era servida e de situação de presos que sofriam agressões no presídio. 

Muitas das mulheres estavam em contato com os detentos por meio de telefones celulares. Por volta das 19h30min, a diretoria convidou uma comitiva das esposas para entrarem nas alas da unidade. 
 
As mulheres desocuparam a via e o Corpo de Bombeiros apagou o 
fogo. As esposas constataram que não havia morte ou incêndio. Em seguida, a comitiva se reuniu com o restante das esposas e dispersou a manifestação. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) estava controlando o trânsito na via e o Batalhão de Choque (BPChoque) fez uma contenção na entrada do Complexo.

Saiba mais 
Facções nas unidades
O relatório do Ministério Público do Estado do Ceará, para apurar as rebeliões que causaram 14 mortes em maio do ano passado, dentro das unidades prisionais da RMF, foi concluído em setembro de 2016 e apontou que facções atuaram nos presídios nas rebeliões, sendo elas o Comando Vermelho, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Guardiões do Estado. 
 
RebeliõesAinda conforme o relatório, a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) seria responsável pela problemática dentro dos presídios pela permissividade de deixar os detentos soltos dentro das alas prisionais. 700 celulares foram apreendidos nessas unidades durante as incursões do Batalhão de Choque após as rebeliões, segundo o Ministério Público. 
 
Protestos No dia 21 de maio de 2016, após a greve dos agentes penitenciários e o impedimento da entrada de visitas, as mulheres fecharam a BR-116 após atear fogo em pneus. Já no dia 23 de maio houve um novo protesto das esposas, desta vez na unidade conhecida como "Carrapicho", em Caucaia, em que as mulheres seguiam ordens que os presos davam por celulares. 

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