Depois de passar um ano em branco, é preciso refletir sobre o que (não) foi feito para que 2017 seja diferente. O calendário futebolístico de 2016 se encerrou sem motivos de comemoração para os torcedores cearenses. Ceará e Fortaleza, as principais potências do Estado, frustraram seus adeptos com campanhas decepcionantes no cenário nacional.
Sem conquistas relevantes ou ascensão de divisão, o fiasco de alvinegros e tricolores nas séries B e C do Campeonato Brasileiro, respectivamente, reflete em lamentações para quem torce pelo futebol local.
Apesar da conquista do bicampeonato estadual, da melhor campanha na Copa do Brasil — tendo chegado às oitavas de final — e de ter avançado estrutural e administrativamente, o Fortaleza fracassou em seu principal objetivo ao ver se repetir o filme dos últimos anos. O Tricolor, mais uma vez, foi eliminado no mata-mata da Série C, desta vez para o Juventude, do Rio Grande do Sul, novamente com o Castelão lotado. Agora, o Leão vai para o oitavo ano seguido na Terceira Divisão. Fardo pesado que o torcedor tricolor não vê chegar ao fim e aumenta a tensão a cada ano.
O fracasso do rival foi o único motivo que o torcedor do Ceará encontrou para celebrar durante 2016. Em um ano de fiascos, o Vovô terminou em 5º no Estadual, ficando fora da Copa do Nordeste 2017. Foi ainda eliminado nas quartas de final do próprio Nordestão, na 3ª fase da Copa do Brasil, e deixou escapar o acesso na Série B depois de ter terminado o primeiro turno na 2ª posição. O desempenho na segunda metade da Segundona foi tão terrível que o Alvinegro acabou o campeonato em 10º, desperdiçando uma classificação que parecia já garantida.
A dupla, agora, acumula sete anos sem acesso no Campeonato Brasileiro. O último a conseguir tal feito foi o Ceará, em 2009, quando ascendeu à Série A, mas foi rebaixado em 2011 e desde então permanece na Série B.
A latente necessidade de mudanças exigiu dos dois clubes grandes reformulações, de elenco e comissão técnica. A expectativa para o ano que chega é de que os mesmos erros não sejam repetidos.
Desde o planejamento fora de campo ao resultado dentro dele.
Com elencos remodelados, os clubes terão muitas caras novas, e o torcedor espera que esses jogadores não se deixem afetar pela pressão já acumulada de temporadas anteriores para conseguir alcançar os objetivos.
O ano se inicia com a esperança de novas conquistas e avanço no cenário nacional. Sob o comando de Gilmar Dal Pozzo, o Ceará tem o Campeonato Cearense como prioridade inicial, por não participar da Copa do Nordeste e ter visto o título estadual ficar nas mãos do rival Fortaleza nos últimos dois anos. A não participação no Nordestão dá ao clube a chance de disputar, de forma inédita, a Primeira Liga, com oportunidade de projeção nacional em duelos contra Flamengo, Grêmio e América-MG na fase de grupos. O acesso à Série A segue como prioridade irrefutável e, com orçamento reduzido em relação às últimas temporadas, será para este período que o Vovô vai concentrar a maior parte dos investimentos.
Ao Fortaleza, 2017 reserva a última chance de escapar do calvário da Série C antes do centenário, já que em 2018 o clube comemora o 100º aniversário. O técnico Hemerson Maria, que comandou o Tricolor na eliminação deste ano, tem nova oportunidade para escrever um final diferente para a história. Agora, podendo começar o trabalho do zero, implantando a própria filosofia e estilo de jogo. Ele terá a companhia do executivo César Sampaio, peça-chave e responsável direto pelo futebol leonino.
Certo é que a cobrança das torcidas será ainda maior no ano que vem. Para Ceará e Fortaleza é preciso observar além da grama do rival e pensar em conquistas nacionais, para que possam, efetivamente, buscar relevância no futebol brasileiro. Quem ganha é o futebol cearense. E o torcedor, que anseia por sair do roteiro de frustrações.
Saiba mais
O ano de 2016
marcou mais uma temporada de fracassos para outros clubes cearense. Demais representantes do Estado no Campeonato Brasileiro, Guarani de Juazeiro, Uniclinic e Icasa foram eliminados na Série D. O Verdão do Cariri foi ainda rebaixado à Série B do Estadual, completando um dos piores anos de sua história. Assim, o futebol cearense chega ao seu quarto ano seguido sem conquistar acesso de nenhum clube nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro.
marcou mais uma temporada de fracassos para outros clubes cearense. Demais representantes do Estado no Campeonato Brasileiro, Guarani de Juazeiro, Uniclinic e Icasa foram eliminados na Série D. O Verdão do Cariri foi ainda rebaixado à Série B do Estadual, completando um dos piores anos de sua história. Assim, o futebol cearense chega ao seu quarto ano seguido sem conquistar acesso de nenhum clube nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro.
2018 É o ano do centenário do Fortaleza. Clube tem como meta não estar na Série C
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