sexta-feira, 25 de novembro de 2016

PROFESSORES E ALUNOS PMs param ônibus com manifestantes e adolescente é apreendida por suposto desacato

Uma adolescente de 16 anos foi apreendida por suposto desacato à autoridadena manhã desta sexta-feira, 25, durante abordagem policial em um ônibus que seguia com manifestantes em direção ao ato contra a PEC 55, na Praça Portugal. Testemunhas denunciam que a ação policial foi “truculeta’’, e a jovem foi levada por filmar o procedimento.
A adolescente estava no ônibus alugado para levar dois professores e cerca de 40 alunos de uma escola da rede pública estadual, no Bom Jardim. Os alunos gritavam palavras de ordem contra a desmilitarização da Polícia, quando o veículo foi abordado por viaturas, por volta das 9 horas. 
Dillyane Ribeiro, advogada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Ce) que acompanha a adolescente na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), informou que pedirá a revogação da apreensão. “Ela prestou depoimento e o delegado abriu o procedimento, que é sem fundamento e completamente desnecessário. Várias testemunhas viram que não houve desrespeito", disse ao O POVO Online.
"Na minha opinião, esse grito de guerra não ofende o policial, foi uma manifestação democrática, mas eles se sentiram incomodados e deram ordem de parada", narra um professor de nome preservado que estava no veículo.
Segundo ele, os policiais apontaram armas para os alunos e todos, com exceção das meninas, foram encostados no veículo para revista. "Na descida, eu e o outro professor ainda tentamos argumentar, mas eles já chegaram falando alto. Eu disse que ali só tinha aluno e professor, e responderam que 'professor e aluno também rouba e também mata'. O incomodo não é pela abordagem, mas pela forma como foi feita, sob gritos e xingamento", disse.
O professor contou que a adolescente de 16 anos filmava a ação, quando teve o celular confiscado. O vídeo foi apagado do aparelho, ainda conforme os relatos das testemunhas.
O POVO Online procurou a Secretaria e Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mas ainda não recebeu resposta sobre a ocorrência.

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