As conclusões são do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) e apontam que 34% desses empreendimentos são resfriados por sistemas que consomem a maior quantidade de água e 62,9% deles estão localizados em áreas em que a situação é crítica ou preocupante quanto aos níveis de escassez de recursos hídricos.
“O cenário mais preocupante está na região Nordeste, onde 90,9% das usinas estão em regiões críticas em recursos hídricos. Todas as sete térmicas da região Nordeste que utilizam sistemas de resfriamento e que consomem o maior volume de água estão instaladas em áreas que já enfrentam problemas de abastecimento”, conclui a pesquisa.
O estudo ainda aponta que, em geral, as térmicas estão instaladas próximas a cidades e zonas industriais e podem competir com o abastecimento da população ou mesmo com outras atividades, como a irrigação.
Atualmente já existem soluções tecnológicas para minimizar o consumo de água durante o processo de resfriamento das termoelétricas e reduzir as emissões de poluentes e gases de efeito estufa. Por isso, o Instituto recomenda que os órgãos responsáveis considerem alternativas tecnológicas para o licenciamento de novas usinas.
O resfriamento a ar, por exemplo, diminui drasticamente o uso de água pela usina e, por conta do aumento da demanda mundial, o estudo aponta que a tecnologia já apresenta custo acessível. Apesar deste sistema ser adotado em vários países do mundo, apenas duas térmicas o utilizam no Brasil. Existem tecnologias de controle de poluentes ainda não consideradas pelos empreendimentos que podem reduzir as emissões e que poderiam ser recomendadas pelos órgãos de licenciamento.
Saiba mais
O Iema estuda há dois anos os impactos das usinas no meio ambiente. O resultado das análises é uma série de notas técnicas sobre termoeletricidade e uma Plataforma de Energia online acessível ao público. A Plataforma reúne informações sobre as 88 termoelétricas movidas a combustível fóssil com maior geração de energia elétrica
Hoje há 70 térmicas em operação no País e o restante (18) estão em construção ou não estão registradas na Aneel.
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