segunda-feira, 30 de maio de 2016

Dez adolescentes em conflito com a lei fogem de Centro Educacional

Dez adolescentes fugiram do Centro Educacional Patativa do Assaré, no bairro Ancuri, no fim da tarde deste domingo, 29. Com a saída desses jovens, já  foram registrados 352 casos jovens em conflito com a lei que fugiram em 2016, o segundo somente neste fim de semana, quando 64 jovens fugiram do Centro Educacional do Passaré. O número representa mais que o dobro da quantidade de casos registrados em 2014, quando foram contatos cerca de 150 adolescentes. 
  
A informação foi repassada pelo juiz 5ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza, Manuel Clístenes de Façanha. Em 2015, as contagens do magistrado somaram 210 adolescentes em fugas. Os adolescentes usaram como reféns os instrutores educacionais para escapar.

A Rebelião no Patativa do Assaré começou às 17 horas. Segundo informações  do major Warner Campos, do Corpo de Bombeiros, a viatura da Polícia Militar não conseguiu entrar na tarde deste domingo no local do centro. Os adolescentes queimaram colchões e estão soltos entre os dormitórios. 

Juiz Manuel Clístenes de Façanha, juiz da 5ª Vara da Infância e da Juventude, informa que situação no Centro Educacional é provavelmente o pior dos 10 locais de acolhimento de adolescentes no Estado. “A situação é terrível. Provavelmente a pior em termos de condições físicas”, disse. 

O magistrado esteve no Patativa há cerca de três semanas e constatou que os adolescentes  “dormiam em quartos fétidos ao ponto de eu não conseguir entrar”, bebiam água do chuveiro, reclamavam que a comida era muito ruim, que os banheiros tinham com sanitários entupidos, as camas quebradas.
 
Na semana passada, o juiz recebeu denúncias de maus tratos dos adolescentes. Clístenes, então, acionou a Defensoria Pública e a entidade confirmou pelas marcas de corte nos rostos, lesões no braços e em outras partes do corpo dos jovens. “Estamos tentando mudar essa situação há muito tempo. O Estado se comprometeu no ano passado com um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) a entregar dois centros educacionais”. O prazo era até abril e até o momento não foi cumprido.

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