NORDESTE COMPETITIVO
Atraso em obras de logística no CE emperra avanço
De 18 ações previstas para o Estado no estudo Nordeste Competitivo, lançado em 2012, 16 não foram concluídas

00:00 · 01.11.2015 por Jéssica Colaço - Repórter
Segmento que tem sido objeto de estudos e planejamentos do governo e entidades do setor produtivo, a logística de transporte ainda se ramifica em ritmo lento pelo território cearense. Em 2012, o estudo Nordeste Competitivo – integrante de uma série finalizada este ano, e que contempla as outras quatro regiões do País –, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), listou uma série de intervenções consideradas prioritárias para fazer fluir a logística da região, das quais 18 eram no Ceará. Três anos depois, poucos avanços foram registrados: 16 ações não foram concluídas ou não têm previsão para serem entregues.
As obras incluem, por exemplo, a adequação da BR-116 no trecho entre Fortaleza e Pacajus, que já está contratada, mas aguarda a conclusão da licitação da empresa que executará os serviços de consultoria para coordenação, supervisão, controle e que oferecerá subsídios à fiscalização da execução das obras, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Outras intervenções estão em situação mais delicada, como a construção do terminal intermodal de cargas, a construção de dois novos berços para granel sólido e líquido e de um berço de carga geral, todos no Pecém, que estão sem previsão de execução ou mesmo sem projeto definido. Além de iniciativas nas rodovias e na região do Pecém, as obras sugeridas para o Ceará pelo estudo da CNI incluem obras na Transnordestina – que seguem em fase de contratação.
Avaliação positiva
Elaborado para ser sugerido ao governo, ajudando a otimizar os investimentos, o Nordeste Competitivo dividiu as intervenções mais urgentes na região em nove eixos: BR-110, BR-116, FIOL Barreiras-Ilhéus, Nova Transnordestina Barreiras-Pecém, Ferro TNL Juazeiro-Suape, Balsas-Vila do Conde, Hidro-Ferro Barreiras-Suape, BR-020 Barreiras-Fortaleza e Cabotagem.
“Dos nove eixos que foram priorizados, apenas dois não estão em andamento, que são as obras da hidrovia e dos portos, e isso é muito positivo. Considerando que lançamos o estudo há três anos, ainda há potencialidade de melhora, de novas alterações”, avalia a analista de Políticas e Indústria da CNI, Ilana Ferreira, em uma visão geral do estudo apresentado.
A analista afirma que, de modo geral, as obras com menor índice de execução são as dos portos, enquanto que as rodovias foram as priorizadas pelo governo. “É uma questão de já ter um modelo robusto e que funciona bem, as concessões já estão bem estabelecidas pelo setor privado, é um modelo bem recebido”, avalia. Tentando agora recuperar o ritmo, os setores público e privado buscam se unir para usar estudos como o da CNI e alavancar a logística no Ceará.
Opinião
Governo e setor produtivo estão bastante alinhados
A gente tem alimentado a mesma ideia (na Câmara Temática), que a gente tem que fazer planos de Estado, e não de governo. E planos de Estado não se fazem em quatro ano, se fazem em 10, 15 ou 20 anos, e os de infraestrutura também. E o governo tem percebido que não dá para fazer isso só, e eu vejo que o governo está bastante alinhado com os setor produtivo. Nós fizemos um planejamento estratégico e definimos quatro grupos temáticos, cada um com uma obra prioritária, que serão apresentados à iniciativa privada para concessão: estruturar o Arco Metropolitano de Fortaleza, finalização da Transnordestina, definição de um aeroporto-indústria e transformação da ZPE em entreposto aduaneiro.
Marcelo Quinderé
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