OBRAS PARADAS
Serviços essenciais prejudicados
Em vários pontos do Estado, construções estão paradas por falta de recursos, causando prejuízos às populações
00:00 · 20.10.2015 por Marcus Peixoto/ Colaboradores - Repórter
Fortaleza. Escolas, creches, postos de saúde e estradas com obras paradas já mostram sinais fortes da crise econômica que atingiu as cidades cearenses. Apesar da falta de repasse do governo federal ser um problema recorrente para a conclusão de empreendimentos financiados pelos governos federal ou estadual, o agravamento da situação tem preocupado os gestores, em vista do que pode ainda piorar em termos de desenvolvimento até o próximo ano, quando haverá eleições municipais.
Os serviços essenciais, como creches, escolas e postos e saúde, estão sendo os mais atingidos. O presidente da Associação dos Municípios e Prefeitos do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, disse que as paralisações estão sendo mais intensas, apesar do aporte de verbas nos últimos dias.
No entanto, ainda são insuficientes. Ainda ontem ele viajou a Brasília, onde, juntamente com outros prefeitos brasileiros terão reunião com a presidente Dilma Rousseff, para discutir, dentre outros pontos da pauta, os investimentos para as cidades.
Além de não haver no momento perspectiva para novos investimentos, o temor maior dos prefeitos, segundo a Aprece, é que recrudesça a falta de recursos e mais obras sejam interrompidas, causando desemprego e deixando de atender as demandas das comunidades mais pobres.
Piora
Exemplo de aumento nas paralisações de serviços acontece no Município de Crateús. Das dez obras que vêm sendo tocadas pelo município, com parcerias com os governos federal e estadual, quatro tiveram que parar por falta de recursos.
A situação mais demorada envolve o posto de saúde do bairro dos Cajás. O secretário municipal de infraestrutura, Lourenço Torres, disse que a suspensão aconteceu em decorrência dos recursos serem insuficientes para pagar a construtora. Isso aconteceu ao mesmo tempo em que a construção de uma creche, que havia sido suspensa, foi retomada. "Minha preocupação não é tanto neste ano. O que mais me deixa alerta é o que pode acontecer no futuro, com a falta de dinheiro", disse o secretário de Crateús.
Não fosse o atraso na construção de uma unidade escolar de Educação Infantil do bairro São José, em Juazeiro do Norte, a população daquela localidade teria uma opção a mais, naquela área carente do bairro. A obra, orçada em mais de R$ 500 mil, esteve parada por semanas. Nos últimos dias, dois operários retomaram a construção. Moradores afirmam que o prédio serve atualmente de abrigo "para consumo de drogas".
"Fica parada por um tempão, aí depois vêm algumas pessoas, começam a trabalhar e depois param novamente", diz uma dona de casa que pede para não ter sua identidade revelada.
No bairro Triângulo, mais um exemplo da má aplicação do dinheiro público. A construção de um posto de saúde, localizado no cruzamento das ruas Clotilde Norões Mota com Engenheiro José Batista, está em ritmo lento, quando toda a população reclama da falta do serviço. O Secretário de Infraestrutura, Rogeris Andrade, não foi localizado pela reportagem do Diário do Nordeste até o fechamento da edição.
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