No momento em que enfrenta dificuldades com sua base aliada na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff orientou ontem sua equipe ministerial a dialogar com o Congresso Nacional. Em cerimônia de posse de dez ministros, realizada no Palácio do Planalto, a petista afirmou que seus novos e antigos auxiliares têm o dever de manter contato permanentemente com deputados federais, partidos políticos e com movimentos sociais.
A falta de diálogo é uma das principais críticas feitas ao atual governo federal, tanto por movimentos de esquerda como por parlamentares da própria base aliada. “A principal orientação que dou aos novos ministros, e aos ministros que continuam no governo, é: trabalhem ainda mais, com mais foco, com mais eficiência, buscando fazer mais com menos. Dialoguem muito e sempre com a sociedade, com os parlamentares, com os partidos e com os movimentos sociais”, disse.
Em meio à ameaça de abertura de um processo de impeachment na Câmara dos Deputados, a petista ressaltou que seu governo irá até o final de 2018 e reafirmou que a reforma ministerial tem também como objetivo garantir “mais equilíbrio” à coalizão que a apoiou na disputa do ano passado. “Nós temos um Brasil para governar até 2018”, afirmou.
Em discurso, a petista afirmou que o corte de oito pastas e a redução dos salários de ministros é uma medida de reequilíbrio fiscal. Ela anunciou que a Comissão Permanente para a Reforma do Estado, que terá como objetivo reorganizar a administração federal, será presidida pelo ministro Nelson Barbosa (Planejamento). Segundo a petista, o grupo será composto ainda pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Jaques Wagner (Casa Civil), além de nomes de fora do governo federal que serão convidados a participar.
Novidades
As duas principais novidades na reforma ministerial são a troca de Aloizio Mercadante na Casa Civil por Jaques Wagner (que deixa a Defesa) e a demissão do petista Arthur Chioro (Saúde) para abrir espaço para um deputado peemedebista na pasta que estava sob o comando do PT. As duas mudanças foram sugeridas por Lula, que na quinta (1º) reuniu-se com Dilma em Brasília.
O ex-presidente sai fortalecido com a reforma, com três nomes de sua confiança: Jaques Wagner, Ricardo Berzoini, que assumirá a Secretaria de Governo, e Edinho Silva (Comunicação Social). Já Aldo Rebelo (PC do B) irá para a Defesa no lugar de Wagner. Na nova configuração, o PMDB passou de seis para sete ministérios no governo. (Da Folhapress)
Nenhum comentário:
Postar um comentário