SAÍDA DO PROS
Cid Gomes orienta aliados a informarem suas desfiliações
Ex-governador adiou divulgação de data da filiação para aguardar um pouco mais pela reforma política
00:00 · 29.08.2015
O ex-governador Cid Gomes orientou aos seus aliados que já comuniquem ao PROS a desfiliação do partido e informem quais são os nomes de quem formará as comissões provisórias do PDT onde ainda não há. Ele, porém, adiou a definição da data de quando será feita a filiação, enquanto se resolvem as pendências e se aguarda a reforma política
O ex-gestor comandou, ontem, na Assembleia Legislativa, ao lado do presidente da Casa, Zezinho Albuquerque, um novo encontro para detalhar quais são os municípios onde há problemas com a migração. As próximas reuniões, segundo Cid Gomes, ocorrerão com o PDT e os deputados estaduais e federais.
Apesar de explicar a aliados que não há a exigência oficial de comunicação da desfiliação, Cid Gomes orientou que todos os membros que irão para o PDT atendam à recomendação por cautela. "É apenas excesso de cautela. Pela lei, não há a necessidade, mas já podem comunicar a desfiliação", afirmou.
Outra orientação do ex-governador Cid Gomes é que, nos municípios onde o PDT não possui uma comissão provisória vigente, os membros do PROS também encaminhem uma lista com o sete nomes que integrarão o comando da legenda.
Na reunião realizada ontem foram detectados problemas em 31 municípios cearenses. Em alguns casos, há uma maior dificuldade para se chegar a uma solução e, por essa razão, Cid e Ciro Gomes já têm se posicionado à frente das negociações. Em outros, apesar de existirem pendências, as comissões provisórias do PDT não estão mais vigentes.
Cid Gomes avaliou, porém, que a quantidade informada na reunião está dentro do esperado e acredita que há tempo hábil para reduzir este número de municípios com problemas.
"Está dentro do esperado. Eu tenho certeza que, a rigor, será menos do que isso, porque eu já tinha feito uma discussão com o presidente André (Figueiredo). Estamos fazendo o processo, agora vamos procurar a direção do PDT e ver esses casos", pontuou o ex-governador.
PSD
Um dos casos mais emblemáticos na migração era o de Aracati, onde o prefeito Ivan Silvério é do PDT e tenta a reeleição, enquanto o ex-secretário Bismarck Maia pretende disputar o cargo na eleição de 2016.
Cid Gomes adiantou, no entanto, que o ex-chefe da Pasta de Turismo do Governo do Estado se filiará ao PSD. "O prefeito de Aracati é do PDT, pleiteia e tem direito a tentar a reeleição. Como a gente vai querer tomar o partido dele? Não é razoável sob diversos aspectos. Então, nessas situações, a gente tem procurado zelar por nossos amigos com filiações por quais a gente tenha relação, PSD, PT, PTB, PHS. Eu citaria mais, não quero nem ser injusto, mas são vários partido com os quais a gente tem relação", explicou Cid Gomes.
O ex-governador reconheceu que será difícil achar solução para todos os problemas, embora assegure que todos os esforços serão buscados.
"Por mais que a gente vá tentar resolver o problema de 100% no PDT e vamos lutar por isso até o derradeiro minuto, nós não vamos conseguir resolver 100%. Não estou dizendo isso para me acomodar. Repito, vou continuar lutando para que todos possam ser abrigados no PDT. Agora vai ter situações em que a gente vai ter que compreender", frisou o ex-governador.
Logo após o fim do encontro, vários aliados questionaram Cid Gomes sobre a data para a filiação ao PDT, mas o ex-governador não sinalizou nenhuma definição com a justificativa de que não se poderia atropelar o processo ainda em negociação nos municípios do Interior.
"A gente deve fazer isso coletivamente. Essa é a ponderação que eu tenho feito desde o início. Não se trata de um ir deixar o outro na pendência. Tem que tratar isso sempre de forma coletiva e solidária", esclareceu.
Reforma
Cid Gomes acrescentou que é também prudente aguardar a votação da Reforma Política no Senado para que se tenha uma ideia se a proposta de janela partidária para a mudança de legenda será aprovada. O ex-governador revelou que tentou até ligar para o presidente do Senado, Renan Calheiros, para ouvir uma previsão, mas não conseguiu fazer o contato.
"Naturalmente vai dar uma tranquilidade maior para quem tem mandato no Legislativo é a aprovação no Senado da emenda constitucional já aprovada na Câmara que dá o prazo de um mês para as alterações partidárias. Isso dá um outro nível de tranquilidade. Claro que nós vamos tomar uma decisão que tiver de ser tomada", destacou.
Indagado se a espera refletia a desconfiança quanto à promessa feita pela direção nacional do PROS da entrega de uma carta de anuência, Cid Gomes negou ao justificar que, quanto maior a segurança, melhor.
"O questionamento de um mandato com base na Lei de Fidelidade Partidária não se dá só pelo partido ou pelos suplentes do partido. Ele pode se dar pelo Ministério Público, ele pode se dar, creio eu, por qualquer cidadão. Então, quanto mais segurança a gente oferecer aos nossos amigos, melhor", ressaltou.
Durante o encontro, vários aliados revelaram disputas internas quanto ao comando do partido. Cid Gomes prometeu reunião com deputados em busca de soluções. "A reunião com deputados é mais para resolver problema interno", completou.
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