quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

APARTAMENTO DE R$ 7,5 MI

Justiça sequestra imóvel de Cerveró

26.02.2015

Segundo o juiz Sérgio Moro, o ex-diretor da Petrobras passou imóveis para parentes para evitar bloqueios

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Cerveró também responde por supostas irregularidades relacionadas à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), à Comissão de Ética Pública
FOTO: ABR
Brasília. O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações derivadas da Operação Lava-Jato, acatou denúncia do Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e determinou o sequestro de um apartamento no Rio de Janeiro que seria dele.
Cerveró passou imóveis para parentes com medo de ter bens bloqueados. Ele teria constituído no Uruguai, com ajuda do empresário local Oscar Algorta, também denunciado pelo MPF, a empresa offshore Jolmey, além de uma subsidiária dela no Brasil, por meio da qual teria comprado o imóvel, avaliado em R$ 7,5 milhões. O ex-diretor, então, teria simulado um contrato de aluguel do apartamento por valores abaixo do preço de mercado para justificar a ocupação do bem.
Moro afirmou, na decisão, que, em janeiro deste ano, ao decretar a prisão preventiva do ex-diretor, já havia "consignado a presença de elementos que apontavam a aparente inconsistência da versão dos fatos apresentada por Nestor Cerveró para justificar a ocupação do imóvel".
Na terça, o Ministério Público Federal também ofereceu denúncia por lavagem de dinheiro contra Fernando Soares, apontado como operador do PMDB no esquema de desvios da Petrobras, e contra os três citados por formação de quadrilha.
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Américo Lacombe, informou ontem que a Petrobras entregou a documentação referente ao ex-diretor da área internacional, que responde por supostas irregularidades relacionadas à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
Na última segunda-feira, 23, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra Cerveró, acusado de usar cargo para contratações de empreiteiras, mediante pagamento de propina.
Prejuízo
O Tribunal de Contas da União calcula que 25 processos envolvendo obras e negócios contratados pela Petrobras desde 2008 provocaram um prejuízo aos cofres públicos de R$ 5 bilhões. Grande parte das obras foi executada por empreiteiras investigadas na Lava-Jato. O valor apurado é referente a prejuízos na compra de Pasadena e em contratos com a SBM Offshore, na Refinaria Abreu e Lima, no complexo do Comperj, nas refinarias Getúlio Vargas e Premium I e II.

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