quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

INCIDENTE COM MÉXICO

Vaticano ameniza fala de Francisco

26.02.2015

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Em referência à ameaça das drogas na Argentina, o pontífice escreveu em carta à amigo sobre a necessidade de se evitar a "mexicanização"
FOTO: REUTERS
Cidade do Vaticano. O Vaticano enviou ontem uma nota de desculpas ao embaixador do México na Santa Sé, Mariano Palacios Alcocer, pelas declarações em que o papa Francisco pede que se evite a "mexicanização" da Argentina.
A frase foi uma referência ao crescimento da violência relacionada com o tráfico de drogas em seu país de nascimento e estava em uma carta enviada por Francisco ao deputado Gustavo Vera, amigo de longa data do papa.
"Vejo seu trabalho incansável, a todo vapor. Peço muito a Deus para que proteja você e todos os alamedenses. E tomara que estejamos a tempo de evitar a mexicanização", escreveu o papa na sua carta.
Em nota, o Vaticano disse que Francisco "não teve nenhuma intenção de ofender o povo mexicano, que ele ama muito, nem ignorar o comprometimento do governo mexicano com a guerra às drogas".
"É exatamente por causa desta gravidade que a guerra contra as drogas é prioridade do governo: para enfrentar a violência e recuperar a paz e a serenidade às famílias mexicanas, atuando nas causas desta praga", informou o Vaticano.
Logo depois da reunião com as autoridades do Vaticano, Mariano Palacios disse que o incidente diplomático provocado pela declaração do papa é "um caso encerrado".
O ministro das Relações Exteriores do México, José Antonio Meade, se queixou nesta semana de que a observação, feita pelo papa em um e-mail enviado ao dirigente de um grupo argentino pró-direitos humanos, poderia estigmatizar o México, país onde dezenas de milhares de pessoas morreram por causa da violência relacionada com a droga nos últimos anos.
Segundo um relatório feito em 2014 pelo Centro de Pesquisas Pew, uma instituição de consultoria e pesquisas com sede em Washington, mais de 80% dos mexicanos são católicos.
Mais de 100.000 pessoas foram mortas na violência dos cartéis de drogas no país desde 2007. Em setembro do ano passado, 43 alunos foram assassinados por policiais vinculados a grupos de traficantes.

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