sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

100 MILÍMETROS

Capistrano registra a maior chuva nos últimos dez anos

27.02.2015

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Fortaleza A maior chuva dos últimos dez anos em Capistrano, cidade do Maciço do Baturité, localizada a 140 quilômetros de distância de Fortaleza, foi registrada ontem pela Fundação Cearense de Pesquisa e Recursos Hídricos (Funceme). A precipitação, entretanto, aconteceu entre a manhã e o início da tarde da última quarta-feira.
Apesar do volume d'água, a Cidade não sofreu grandes transtornos, segundo o secretário de Agricultura do Município José Andrade Gonçalves Costa. Para se ter uma ideia da dimensão da quantidade de água, a maior precipitação da década em Capistrano foi em 2013: 87 mm. A segunda maior foi em 2008, 70 mm.
"Em alguns locais, como na sede, onde fica o nosso único pluviômetro, foi mais forte. O Rio Pesqueira encheu e desceu muita água para a Cidade. Tivemos alguns problemas de acesso à zona rural. Algumas estradas vicinais ou de calçamento foram afetadas, o que é até previsível no período de inverno. Aqui na sede, as ruas ficaram alagadas. Porém, logo alguns minutos após a chuva, a água escoou normalmente", relata Andrade.
O meteorologista da Funceme Leandro Valente disse que a precipitação foi ocasionada pela Zona de Convergência Intertropical (ZCI). Segundo ele, a tendência é que as precipitações retornem no período da tarde e noite desta sexta-feira.
Informação
Leandro ressalta que o calendário de chuvas da Funceme é atualizado várias vezes ao dia e retrata o que aconteceu das 7 horas do dia anterior às 7 horas do dia de hoje. O fato faz com que algumas pessoas estranhem algumas vezes o resultado das informações. É o caso, por exemplo, de Capistrano, cuja informação sobre a enxurrada chegou no momento em que fazia sol na Cidade. Conforme o boletim da Funceme divulgado às 13h20 de ontem, choveu em 82 municípios, um número pequeno, se comparado aos divulgados nos últimos dias. Uma hora antes, o site chegou a divulgar que tinha chovido 200 mm em Capistrano. Informação retificada depois.
Sétimo
Em Pacatuba, onde, no dia anterior, tinha sido registrada uma precipitação de 146 mm, até então a maior do ano, choveu apenas 37 mm. Até o começo da tarde, o Município serrano era apenas o sétimo em termos de registro entre as dez maiores precipitações mostradas no calendário da Funceme (ver ao lado).

ALFINETADA

PMDB ignora PT em propaganda

27.02.2015

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No vídeo, vice-presidente da República, Michel Temer, defende uma agenda positiva para o Brasil e reforça a apuração de irregularidades
FOTO: REPRODUÇÃO
Brasília. Em meio à crise de relacionamento com o Planalto, o PMDB, principal partido aliado de Dilma Rousseff, levou à TV ontem à noite um programa descolado do PT e que não citou a presidente.
Na abertura da propaganda de 10 minutos, o programa alfinetou indiretamente o PT ao dizer que não são as "estrelas" que guiarão o partido e o País, mas serão as escolhas que apontarão caminhos. A estrela é o símbolo do partido.
Para o marqueteiro Elsinho Mouco, que assina a peça, a frase "é mais poética do que política": "A intenção é reforçar que nada na vida cai do céu e que são as escolhas que nos levam a ser o que somos".
Na peça, o vice-presidente Michel Temer defende uma agenda positiva para o Brasil. Diz que a apuração de irregularidades não pode paralisar a vida produtiva do País. O presidente nacional do PMDB reforça apoio à reforma política e à liberdade "plena de informação". O PT defende a regulamentação da mídia.
Temer diz que o ajuste fiscal fortalecerá a economia e que serão sustentados os programas sociais, sem citar os governos Lula ou Dilma.
O comercial trouxe depoimentos dos seis ministros do PMDB que ocupam pastas no governo Dilma, mas sem referência à presidente: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Vinicius Lages (Turismo).
O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que seu cargo exige humildade e perseverança para fazer as mudanças que o País requer. E que colocará em pauta temas de interesse da sociedade e que tragam "benefícios para os brasileiros".
Já Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara, citou a reforma política e disse que mostrará que "os escolhidos" para representar a sociedade "são capazes de cuidar dela".
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que o "mar de crises que invade o noticiário" mostra ser urgente mudar a forma de fazer política no Brasil.
Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo.
"Não ter a presença da presidente Dilma, nem citação ao Partido dos Trabalhadores, é absolutamente natural. O programa é peemedebista, não governista", diz Mouco.

FORTALEZA

Temperatura registra queda de até 4 graus

27.02.2015

Mínima pode chegar a 22º, segundo a Funceme. Previsão é de chuvas moderadas nos próximos dias

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De acordo com meteorologista, as chuvas recentes são causadas pela Zona de Convergência Intertropical, principal indutor no Ceará
FOTO: LUCAS DE MENEZES
Com as chuvas recentes registradas em todo o Estado, as temperaturas vão continuar registrando quedas de até quatro graus centígrados, informa a Fundação Cearense de Meteorologia e Recurso Hídricos (Funceme). Em Fortaleza, por exemplo, a média da máxima de 32ºC vem caindo seguidamente para 28ºC e até 27ºC. "Já a mínima, que é de 26ºC, chega a 23ºC e 22ºC, como aconteceu no último dia 21, quando muita gente sentiu frio e sensação térmica menor ainda", afirma o meteorologista do órgão, Raul Fritz.
De acordo com ele, a tendência, se o Sol continuar encoberto, é que o clima mais ameno permaneça. "Principalmente na madrugada, início da manhã e noite", acrescenta Fritz.
Para hoje à tarde/noite, sábado e domingo em todas as regiões do Estado e, em especial, Fortaleza, a Funceme prevê chuvas moderadas, com possibilidade de trovoadas, e sensação térmica podendo chegar aos 24ºC. De acordo com a instituição, apesar disso, o prognóstico para a quadra chuvosa - fevereiro a maio - ainda é abaixo da média histórica em até 64%.
Entretanto, a boa notícia é que, apesar de ainda estarmos com 80% abaixo da média histórica para os três meses - fevereiro, março e abril - que é de 517mm (até agora só choveu 97,3mm), faltam cerca de 29,7 milímetros para alcançarmos o total de 127,1mm e ficarmos dentro do ideal para este mês.
"O setor norte do Nordeste brasileiro, incluindo aí o Ceará, deverá permanecer sob influência de áreas de instabilidade, deixando o céu com nebulosidade variável e possibilidade de chuvas moderadas em todas as regiões no decorrer dos próximos dois dias", afirma o meteorologista Leandro Valente.
Ele explica que as chuvas recentes são provocadas pela Zona de Convergência Intertropical, principal sistema indutor de precipitações no Ceará para o período fevereiro/maio.
"As precipitações devem continuar com mais intensidade na tarde e noite desta sexta-feira e sábado em todas as regiões do Estado, em especial na Capital, nos municípios do Norte e serranos, como a Ibiapaba", ressalta. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ainda indica grande probabilidade de muitas nuvens com curtos períodos de sol e pancadas de chuva com trovoadas.
Açudes
INSCRIÇÕES

Estudantes reclamam de falha no site do Fies

27.02.2015

Alunos alegam que não conseguem se cadastrar no programa do Governo Federal devido a falhas no site

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O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) orienta que as inscrições sejam feitas mais tarde, para evitar os horários de pico
FOTO: TUNO VIEIRA
Escolher uma profissão e dedicar-se ao vestibular são tarefas árduas para os estudantes. Jovens que conseguiram superar essas etapas e entrar numa universidade estão encontrando dificuldades no processo de inscrição do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Diversos alunos relatam que o site oficial do programa (http://sisfiesportal.mec.gov.br/) não está no ar ou que não conseguem concluir as etapas de cadastro.
O estudante Alan Jefferson Fernandes conta o seu problema. "Quando entro no site, ou ele está fora do ar ou não consegue concluir os processos. Ontem, não carregava de jeito nenhum, mas hoje, quando consigo terminar a primeira etapa e clico em prosseguir, ele retorna para a página inicial", afirma.
Ainda segundo o acadêmico, que cursa o primeiro semestre de Direito, será muito complicado permanecer sem o benefício. "A faculdade é muito cara, pago mais de R$1.000,00 de mensalidade. O Fies ajudaria bastante nesta despesa, acho indispensável o programa para os alunos que entraram agora na universidade", assegura.
Um site de reclamações na internet acumula mais de 2.758 contestações sobre o serviço. Pessoas de inúmeras partes do Brasil comentam a mesma situação. O problema é recorrente, desde o início do programa, os alunos sofrem com o incômodo.
"Fiz o Fies em 2012, e já naquela época precisei passar noites acordadas esperando que o site carregasse. Consegui fazer minha inscrição de madrugada. Lembro que, no mesmo período, muitos amigos meus não conseguiram concluir o processo e perderam o benefício", diz a estudante Daniella Guimarães.
Novos contratos
As inscrições para os novos contratos abriam na última segunda-feira (23) e ficarão disponíveis até o dia 30 de abril. De acordo com a assessoria de comunicação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), agente operador do programa, as instabilidades acontecem devido ao grande fluxo de conexões, o que ocasiona uma situação muito dinâmica e termina por congestionar o site.
O FNDE também pede aos estudantes mais paciência e sugerem ainda que o acesso do site do Fies seja realizado um pouco mais tarde, para tentar fugir dos horários de pico. O auxílio é um plano do Ministério da Educação (MEC) designado a financiar a graduação superior de estudantes matriculados em instituições particulares.
Podem recorrer os alunos inscritos em cursos que tenham avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e que possuam renda familiar bruta até 20 salários mínimos, além de ter obtido 450 pontos e não ter zerado a redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
APENAS R$ 616

Rendimento médio do Ceará é o 3º pior do País

27.02.2015

O valor anotado no Estado é 41,44% menor do que o registrado para o Brasil em 2014, que foi de R$ 1.052

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O indicador investigado pela Pnad Contínua é resultado da razão entre os rendimentos domiciliares e o total de moradores
Fortaleza/Rio. O rendimento nominal mensal domiciliar per capita no Ceará foi de R$ 616 em 2014, abaixo 41,44% do registrado para o País (R$ 1.052) no mesmo intervalo de tempo. O valor apontado para o Estado, resultado da razão entre rendimentos domiciliares e o total de moradores, corresponde também ao terceiro menor entre todas as 27 unidades da Federação, conforme revelou ontem dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Mas os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda o tamanho da desigualdade entre o Ceará e estados das demais regiões. Enquanto o rendimento médio nos lares cearenses foi de R$ 616, no Distrito Federal, o resultado foi de R$ 2.055, o maior alcançado.
Dentro do Nordeste, o melhor resultado foi o de Pernambuco (R$ 802), seguido por Sergipe (R$ 758) e Bahia (R$ 697). Abaixo do drástico resultado cearense estão apenas Alagoas (R$ 604) e Maranhão (R$ 461).
Base do FPE
Nenhum Estado do Norte nem do Nordeste conseguiu atingir a média nacional. Os dados constatam que segundo mais alto rendimento domiciliar per capita foi o de São Paulo, R$ 1.432. No Rio de Janeiro, o indicador ficou em 1.193, enquanto Minas Gerais, teve R$ 1.049.
Os dados foram enviados ao Tribunal de Contas da União para que sirvam de base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), conforme definido pela Lei Complementar nº 143, de julho de 2013.
Crise
O indicador divulgado ontem foi o estopim da maior crise institucional já vivida pelo IBGE. Em 10 de abril de 2014, a presidente do Instituto, Wasmália Bivar, anunciou a suspensão das divulgações seguintes da Pnad Contínua com o objetivo de fazer uma revisão na metodologia de coleta e cálculo da renda domiciliar per capita pela pesquisa.
Motivada por questionamentos de senadores, entre eles a ex-ministra chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, a decisão levantou suspeitas de ingerência política no órgão, desencadeando uma reação imediata do corpo técnico do instituto. Duas diretoras pediram exoneração e coordenadores ameaçaram uma entrega coletiva de cargos caso as divulgações não fossem retomadas. Ainda a reboque da suspensão da pesquisa, servidores do IBGE entraram em greve em 26 de maio do ano passado.
A paralisação se estendeu até 13 de agosto, prejudicando a divulgação de indicadores como a taxa de desemprego apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A crise teve seu ápice em 19 de setembro, quando o IBGE convocou entrevista coletiva de emergência para anunciar graves erros estatísticos na Pnad 2013, pesquisa anual que havia sido divulgada no dia anterior.
Opinião do especialista
'Modelo econômico do Estado é injusto'
Desde 2007, outros indicadores constatam a precarização atestada na Pnad e nós denunciamos. É algo que já vem acontecendo há muito tempo. Mais isso não é uma causa, já é uma consequência do modelo econômico do Ceará, que está em perfeita desconexão com o nosso mercado de trabalho.
O Estado tem crescido acima da média nacional há mais de cinco anos e nem de longe esse crescimento tem sido repassado para o mercado de trabalho em condições de se reproduzir os benefícios.
É um modelo econômico injusto que não oferece condições mínimas de vida, pois não é só no rendimento, o reflexo disso é sobre educação, saúde, na qualidade de vid

Plano é recebido com otimismo

27.02.2015

Entidades de diversos setores reagem bem às ações de convivência com a seca expostas pelo governo

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Desde 2011 que o nível de chuvas ficou abaixo da média histórica no Ceará. Esse quadro pode se repetir em 2015. Sem água nos poços e nos açudes, as cidades enfrentam racionamento
FOTO: FABIANE DE PAULA
Iguatu O Plano Estadual de Convivência com a Seca, lançado pelo governador Camilo Santana, nesta quarta-feira, obteve repercussão positiva entre os gestores municipais, secretários de Agricultura e representantes de entidades de classe do setor agropecuário. Há algumas críticas e desconfiança de que as ações não sejam efetivadas com urgência. A história recente mostra que, mesmo com três anos seguidos de estiagem, a burocracia e o atraso emperram projetos, paralisam e arrastam obras.
O presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, trouxe um olhar interessante, observando que o plano faz um retrato da situação do Estado, com informações atuais, que nem sempre são do conhecimento geral. "É um documento técnico, sem viés político, e que mostra a gravidade do quadro de desabastecimento de água que dezenas de cidades enfrentam", afirma.
As diretrizes anunciadas no plano referem-se ao conjunto de obras e projetos que o governo do Estado vem executando ou tentando realizar nos últimos dois anos com ações emergenciais, estruturantes e complementares. "Não há novidades", observou o coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil de Crateús, Teobaldo Marques. "O plano é bom, em tese, mas precisa ser colocado em prática porque muitas ações demoram vários anos para serem efetivadas", completa.
Crise grave
Marques lembrou que a crise hídrica é grave. "Essa adutora que está vindo para Crateús somente vai resolver o problema por seis meses, caso não ocorra recarga no Açude Araras, em Varjota. Esse quadro atinge também outras cidades. A construção do Açude Fronteiras sequer começou e é uma obra de longo prazo", afirmou. "Infelizmente, mesmo em um quadro de seca contínua, a burocracia não diminui, o atraso na liberação de recursos continua", acrescenta.
O presidente da Aprece declarou que os R$ 6 bilhões em investimentos, prometidos pelo governador Camilo Santana, contemplam os pleitos de combate aos efeitos da seca.
"Os critérios técnicos não deixam viés para questões políticas, que poderiam prejudicar as ações de combate aos efeitos da estiagem", afirmou.
Expedito disse que houve, na exposição do Plano Estadual de Convivência com a Seca, a inserção de vários pleitos que foram encaminhados pelos prefeitos, atendendo, sobretudo, aos municípios que já sofrem os efeitos mais drásticos na oferta hídrica.
O diretor de Políticas Agrícolas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Ceará (Fetraece), José Francisco de Almeida, também observou que o programa atende às reivindicações apresentadas pela entidade em uma carta encaminhada ao governador. "Contempla as nossas propostas de segurança hídrica, alimentar e benefícios sociais", frisou. "Esperamos ampliação do Garantia Safra; reedição do Bolsa Estiagem, com correção do seu valor; e liberação de crédito para custeio emergencial pelo Pronaf".
Na análise do vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Paulo Hélder de Alencar Braga, o plano é omisso no socorro com crédito e m
DOAÇÕES DE CAMPANHA

CPI começa com protesto na Câmara

27.02.2015

A relatoria, considerado o principal cargo do colegiado, foi entregue pelo PMDB ao petista Luiz Sérgio (RJ)

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Aos 25 anos e em seu segundo mandato, Hugo Motta (PMDB-PB) garantiu "imparcialidade" para os trabalhos da Comissão
FOTO: AGÊNCIA CÂMARA
Brasília. Sob protestos do PSOL e do PPS pela participação de deputados que tiveram suas campanhas bancadas por empreiteiras investigadas no escândalo de corrupção da Petrobras, a CPI que vai investigar irregularidades na estatal foi instalada ontem na Câmara dos deputados. Na primeira reunião, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), foi confirmado como presidente da comissão de inquérito.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) chegou a apresentar candidatura avulsa, mas acabou derrotado. O peemedebista venceu o colega por 22 votos contra 4. A relatoria, considerado o principal cargo do colegiado porque dita o ritmo das investigações e confecciona o relatório final, foi entregue pelo PMDB ao petista Luiz Sérgio (RJ).
Aos 25 anos e em seu segundo mandato, Motta garantiu "imparcialidade" para os trabalhos, embora 60% de sua campanha tenha sido bancada por empreiteiras investigadas na Lava-Jato.
O discurso foi reforçado pelo petista. "Minha postura como relator não me cabe nem proteger nem perseguir ninguém. Tem que agir de maneira firme. Não posso nem pré-condenar nem pré-absolver ninguém", disse.
O relator afirmou ainda que a CPI poderá utilizar investigações anteriores. "Os fatos se evidenciam de que pessoas tenham cometido graves delitos em relação à Petrobras", completou.
PT, PP e PMDB são apontados por investigados da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como beneficiários do esquema de desvio de recursos e pagamento de propina. Também já houve acusação ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, morto em 2014, como beneficiário de suborno.
Críticas
A primeira sessão da CPI foi marcada pela discussão sobre a imparcialidade da participação de parlamentares que receberam doações nas eleições de 2014 de empresas alvo da investigação.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou questão de ordem pedindo o afastamento dos parlamentares que receberam essas doações. A proposta recebeu apoio do líder do PPS, Rubens Bueno (PR), mas foi rejeitada pela comissão. Levantamento feito pela Agência Folha mostrou que ao menos 12 dos 27 integrantes receberam pelo menos R$ 3 milhões em transferências da Braskem, Engevix, Queiroz Galvão, Odebrecht, UTC, OAS, Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia e Toyo Setal.
As doações foram registradas legalmente na Justiça Eleitoral.
O PSOL argumentou que a participação desses parlamentares fere o regimento interno e o Código de Ética da Câmara. O foco da CPI é investigar irregularidades na Petrobras entre 2005 e 2015. A CPI tem 27 deputados titulares e o mesmo número de suplentes. Os trabalhos devem ser realizados em 120 dias.
Relator quer apuração de corrupção no governo FHC
Brasília. O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), defendeu ontem que a CPI investigue também a atuação do ex-gerente executivo de Engenharia da estatal Pedro Barusco.
Barusco afirmou, em delação premiada, que o esquema de propinas da estatal começou com o primeiro contrato de navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), cujos mandatos foram de 1995 a 2002.
VOTAÇÕES NA ASSEMBLEIA

Aprovados a Reforma e o Piso Salarial

27.02.2015

Os deputados ficaram preocupados em querer tirar proveito com os Agentes de Saúde e esqueceram a Reforma

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Todos os discursos, à exceção de dois que foram de cunho pessoal, eram dirigidos aos Agentes de Saúde nas galerias da Assembleia. A criação de novas secretarias na estrutura do Estado só foi lembrada depois de aprovada
FOTO: FABIANE DE PAULA
A Reforma Administrativa do Governo Camilo Santana foi aprovada por unanimidade, ontem, pela Assembleia Legislativa, sem discussão, em plenário, no momento anterior à votação. O debate sobre as mudanças na administração estadual, questionada e criticada por diversos parlamentares em sessões anteriores, foi acobertada pela votação em bloco com o projeto que determinou o piso salarial dos agentes comunitários de saúde.
No momento em que o presidente Zezinho Albuquerque (PROS) autorizou a leitura das matérias da Ordem do Dia, nenhum parlamentar pediu destaque a alguma das duas mensagens (Reforma Administrativa e Piso Salarial), o que não permitiu que os deputados votassem de maneira distinta em cada um dos projetos. Alguns deputados, no tempo de justificativa de voto, reclamaram que a maneira que a votação foi feita teria cerceado o debate sobre a matéria.
A mensagem foi aprovada com apenas duas das dez emendas que chegaram a ser protocoladas. Uma delas, de autoria do Poder Executivo, determina que a administração da Arena Castelão e do Centro de Formação Olímpica serão de responsabilidade da Secretaria do Esporte. Já a segunda, de autoria do deputado Renato Roseno (PSOL), acresce responsabilidades às secretarias de Políticas sobre Drogas, de Desenvolvimento Econômico, da Agricultura, Pesca e Aquicultura e ainda a do Meio Ambiente.
No tempo de justificativa do voto, o deputado Carlos Matos (PSDB) afirmou ter se surpreendidos com a votação sem discussão da Reforma Administrativa. "Acho que o governador tem direito de organizar sua administração, mas gostaríamos de ter contribuído", lamentou. Já para Audic Mota (PMDB), foi dado um "cheque em branco" ao governador. "Foi uma medida desacertada. Votei favorável pelo que o projeto em sua inteireza contempla", justificou.
Danniel Oliveira (PMDB) voltou a criticar que a administração do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e do Metrô de Fortaleza (Metrofor) tivessem sido direcionadas à Secretaria das Cidades. Já Heitor Férrer (PDT) afirmou não haver necessidade de uma secretaria exclusiva para tratar a problemática das drogas, uma vez que envolve um conjunto de ações políticas de diferentes setores.
Em defesa, o vice-líder do Governo na Casa, Júlio César Filho (PTN), afirmou que a matéria foi exaustivamente debatida nas comissões da Casa, além de os parlamentares terem tido a oportunidade de conversar com o secretário de Planejamento, Hugo Figueiredo, e com o procurador geral do Estado, Juvêncio Vasconcelos. "Quero ressaltar que aproveitamos uma emenda proposta pelo Renato Roseno (opositor), o que demonstra a abertura deste governo", apontou.