OUTRA INVESTIGAÇÃO
Gabrielli e Petrobras têm sigilos quebrados
29.01.2015
Ação judicial busca comprovar esquema de superfaturamento de R$ 31,4 milhões em obras de centro de pesquisas
São Paulo. A Justiça do Rio de Janeiro decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, do ex-diretor de Serviços Renato Duque, do ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, da própria estatal petrolífera e da construtora Andrade Gutierrez em investigação sobre superfaturamento de R$ 31,4 milhões nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes).
A busca nas movimentações financeiras e dados tributários de Gabrielli, Duque, Barusco, outros cinco servidores da estatal e das empresas alcança período de 2005 a 2010. A decisão é da juíza Roseli Nalim, da 5.ª Vara da Fazenda Pública, que acolheu pedido do Ministério Público Estadual, feito em dezembro de 2014, em ação civil pública.
A investigação reúne quatro inquéritos civis da Promotoria do Rio. A Promotoria requereu, ainda, o arresto dos bens dos investigados, mas a Justiça não acolheu agora esse pedido.
Segundo o Ministério Público, as irregularidades consistiram em "sucessivas e superpostas contratações em benefício da Andrade Gutierrez", "sobrepreço e superfaturamento praticado nos contratos", "ausência de transparência" na seleção da empreiteira para prosseguir como cessionária de obrigações firmadas entre a Petrobras e a empresa Cogefe Engenharia Comércio e Empreendimentos.
A apuração teve origem em levantamentos do Tribunal de Contas da União em todas as obras do Cenpes. Os auditores identificaram contratos com "valores superiores aos praticados no mercado, além de firmados por preços superiores aos valores orçados pela própria estatal que". Os quatro contratos sob suspeita são sobre serviços de descarte de resíduos, de terraplenagem, fundações, edificações e pavimentação nas obras
Lava-jato
Em outra ação judicial envolvendo a Petrobras, o ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró seguiu a estratégia traçada pelos advogados de defesa e permaneceu em silêncio no depoimento realizado ontem na sede da Polícia Federal em Curitiba. Cerveró teria sido questionado, por cerca de 2h, a respeito dos possíveis desvios ocorridos na Petrobras, investigados pela força-tarefa Lava-Jato.
Segundo o advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, Cerveró também permanecerá calado em eventuais novos interrogatórios. "A orientação é de que ele fique calado enquanto não for julgada a suspeição do juiz Sérgio Moro pelo Tribunal Regional Federal", afirmou Ribeiro.
A defesa de Cerveró ingressou com petição na Justiça Federal alegando que o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos, não teria competência para dar prosseguimento no julgamento dos envolvidos nos desvios na Petrobras.
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