NO CEARÁ
Entrada de vírus é dada como certa
05.12.2014
Com o aumento dos casos na Bahia, a febre chikungunya deve se estabelecer também no Ceará, segundo a Sesa
O registro de 563 casos autóctones de febre chikungunya em Feira de Santana, na Bahia, onde as pessoas contaminadas não têm registro de viagem internacional para países com transmissão da doença, reforça o risco de introdução do vírus no Ceará. Isto porque a BR-116, que corta o município baiano, é uma área de grande fluxo de pessoas que trafegam rumo ao Ceará. A introdução é dada como certa pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) e um plano de contingência da doença foi apresentado, ontem, para prevenir e controlar a situação.
"O risco de estabelecimento da febre chikungunya no Ceará é eminente. Conversando com estudiosos e áreas técnicas do Ministério da Saúde, temos cada vez mais certeza que a doença vai se instalar, porque temos todas as condições. É mais uma doença que vamos precisar conviver", garante o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Márcio Garcia.
Segundo Márcio, além da proximidade com o município baiano - que vive uma epidemia e já tem a circulação do vírus - o Ceará tem clima adequado para desenvolvimento da patologia, já possui os dois mosquitos transmissores da doença - Aedes aegypti (vetor da dengue) e Aedes albopictus - e tem 100% da população vulnerável à doença.
O argumento é reforçado pelo coordenador de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Nélio Morais, que explica que, como a BR-116 é um tronco viário entre o Centro Sul e o Ceará, o risco é ampliado. "A possibilidade de termos a circulação são reais porque o mosquito transmissor está desde a década de 1980 transmitindo dengue em Fortaleza e ele tem o mesmo potencial para transmitir a chikungunya".
Neste ano, já foram notificados 18 casos suspeitos de febre chikungunya no Ceará, sendo dez em mulheres e os demais em homens. Destes, apenas cinco foram confirmados. Três em Fortaleza, um em Aracoiaba e um Brejo Santo, todos eles importados - quatro da República Dominicana e um do Suriname. Também há transmissão da doença no Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.
Diante do crescimento de casos autóctones, que no Brasil são 1.293, além dos 71 importados, a Sesa apresentou, ontem, durante o V Congresso Norte-Nordeste de Infectologia, em Fortaleza, o Plano de Contingência da chikungunya no Ceará.
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