sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

VOTAÇÃO SOBRE SUPERÁVIT

Congresso vazio após 18h de trabalho

05.12.2014

Texto-base da proposta foi aprovado, mas debate continua. Sessão teve queda de braço entre aliados e oposição

Image-0-Artigo-1755120-1
Como a sessão deliberativa marcada para ontem foi cancelada, apenas 86 deputados compareceram à Casa
FOTO: AGÊNCIA CÂMARA/WALTER POZZEBOM
b
Parlamentares tentaram se manter acordados durante a sessão. No plenário, não foram poucos os que foram vencidos pelo sono
FOTO: FOLHAPRESS
Brasília. Com a demora do Palácio do Planalto em definir o espaço do PMDB no novo ministério, quase a metade dos deputados do partido não compareceu na madrugada de quinta-feira (4) à votação do projeto que permite ao governo fechar as contas deste ano.
O Congresso aprovou o texto-base, mas deixou para o dia 9 a análise de uma emenda da oposição que altera parte da proposta. Isso provoca o atraso em mais uma semana da autorização para o governo flexibilizar a meta de economia para o pagamento da dívida pública.
O adiamento foi provocado pela ausência de governistas que não garantiram quorum após 19 horas de sessão. Dos 71 deputados do PMDB, somente 40 (56,3%) registraram votos.
O PMDB da Câmara foi o líder entre os ausentes, seguido por PSD, PP e PROS. No Senado, a fidelidade dos aliados foi maior. Dos 19 peemedebistas, 12 participaram.
A ausência de peemedebistas expôs a insatisfação com o Planalto. Enquanto o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou por cima de manobras da oposição, deputados peemedebistas faziam pouco esforço, evidenciando o racha com os senadores da sigla. Nos bastidores, alguns peemedebistas admitem que querem usar a aprovação do projeto como espécie de "moeda de troca" por mais espaço no governo Dilma.
Eles querem pastas com mais peso, como Saúde e Integração Nacional, e a indicação de nomes como Henrique Alves (PMDB-RN) e Eduardo Braga (PMDB-AM), atual líder do governo no Senado. Oficialmente, negam a intenção de barganha com a votação.
Negociação
Ao longo da madrugada, ministros trocaram telefonemas com líderes do PT e do PMDB para tentar garantir a aprovação do projeto. Muitos congressistas também se irritaram com o decreto de Dilma que condicionou o aumento nas verbas para seus redutos eleitorais à aprovação da manobra fiscal. O debate instalou um clima de guerra no Congresso, com troca de xingamentos e até agressões físicas envolvendo seguranças.
Congresso esvaziado
Depois da longa sessão conjunta iniciada na manhã de quarta (3) e encerrada na madrugada de quinta (4) para votar o projeto que altera a meta de superávit, os corredores do Congresso Nacional amanheceram vazios ontem. Como a sessão deliberativa na Câmara marcada para a manhã de quinta-feira foi cancelada, só 86 deputados marcaram presença até o início da tarde.
O texto base da proposta do governo foi aprovado às 3h, com o apoio de 240 deputados e 39 senadores. Já a apreciação da última emenda necessária para a conclusão da votação será analisada só na próxima terça-feira (9), em sessão que foi marcada para as 12h.

Nenhum comentário:

Postar um comentário