quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ENVENENAMENTO

Esposa de subtenente presta depoimento e mantém versão

20.11.2014

Mulher voltou a afirmar que foi agredida e dopada e, ao acordar, viu o filho morto e o marido agonizando

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Cristiane Renata (à direita) chegou ontem à Delegacia pontualmente às 10h, acompanhada de uma advogada. A mulher do militar do Exército não quis falar com a imprensa; depoimento durou quase cinco horas
FOTO: NATINHO RODRIGUES
"A versão do crime foi mantida pela mulher do militar". A afirmação é do diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Jairo Façanha Pequeno, que juntamente com o delegado titular do 16º DP (Dias Macêdo), Wilder Brito Sobreira, ouviu ontem Cristiane Renata Coelho Severino, 41, esposa do subtenente do Exército Brasileiro (EB) Francilewdo Bezerra Severino. A mulher prestou novo depoimento e, segundo as autoridades policiais, manteve a versão dada no dia da morte do filho, Lewdo Ricardo Coelho Severino, de nove anos, no último dia 11, no Conjunto Napoleão Dias, em Fortaleza.
De acordo com os delegados, Cristiane voltou a dizer que foi obrigada a ingerir alta dosagem de clonazepam, um anticonvulsivo tranquilizante de tarja preta.
"Ela confirmou tudo que disse no primeiro depoimento, dizendo que foi espancada e dopada, e que o homem dizia estar fazendo aquilo 'para ela não ver a besteira que ele iria fazer'. Novamente, Cristiane alegou que, quando acordou, viu o filho e o marido agonizando", informou o titular da Delegacia onde o depoimento foi tomado.
Jairo Pequeno reforçou a informação, dizendo que novos pontos foram acrescentados pela esposa do subtenente, que deverão auxiliar e nortear os investigadores nos trabalhos.
"A mulher ratificou as informações e acrescentou alguns detalhes. Teremos agora que periciar algumas coisas que ainda faltam. As investigações continuam", garantiu.
Novas informações
Apesar da reafirmação, a mulher teria entrado em contradição em alguns pontos. Dois deles, pelo menos, foram citados pelo delegado Wilder Brito.
No primeiro depoimento, Cristiane afirmou que ingeriu "de cinco a seis comprimidos" do medicamento tarja preta e "duas taças de vinho". A informação dada por ela à Polícia era ainda que teria "dormido por cerca de 50 minutos", acordando por volta de 1h30 do dia 11.
Ontem, segundo os investigadores, a mulher disse que tomou o remédio por volta de 20h do dia 10, dizendo que acordou na madrugada do dia 11, mais de cinco horas depois. "Pode ter havido algum equívoco na tomada do depoimento no flagrante, algum erro de digitação, por exemplo", ponderou Façanha.

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