sexta-feira, 31 de outubro de 2014

SENADO

Renan diz que não há 'pauta-bomba'

31.10.2014

Presidente da Casa defendeu a construção de uma agenda de diálogo entre o governo e os aliados

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Apesar de negar retaliação, peemedebista confirmou que votação do projeto que troca o indexador da dívida de Estados e municípios será dia 5
FOTO: AGÊNCIA SENADO
Brasília. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que o governo Dilma Rousseff (PT) precisa dialogar mais com o Congresso Nacional e negou que o Senado esteja preparando "pautas-bomba", que gerem mais gastos para o governo federal. Em entrevista coletiva, Renan disse que chegou a hora de "esfriar os ânimos" após o período eleitoral, mas destacou que a "convergência" para uma "agenda nacional" não vai "cair do céu".
"Isso terá que ser construído por uma boa interlocução. Definitivamente, precisamos conversar. Essa interlocução precisa estar mais presente de lado a lado (...) Mesmo que as pessoas não concordem em algumas coisas, elas precisam conversar. Conversar, todos sabem, não arranca pedaço", declarou o senador.
Embora o PMDB faça parte da coligação que reelegeu Dilma, Renan ressalvou que a aliança "não significa pensar exatamente igual sobre tudo".
O PMDB impôs derrotas à presidente Dilma na Câmara esta semana diante da insatisfação de parte da bancada com o tratamento recebido pelo Palácio do Planalto durante o período eleitoral. No Senado, os aliados também ameaçam uma rebelião com a aprovação de propostas incômodas ao governo, como referendar a derrubada do decreto de Dilma que amplia poderes de conselhos populares.
Renan, no entanto, negou que o Senado esteja preparando uma "pauta-bomba" em retaliação a resultados adversos na eleição deste ano. "Temos preocupação com o equilíbrio fiscal (do País)", afirmou.
Apesar disso, o peemedebista confirmou que a votação do projeto que troca o indexador da dívida de Estados e municípios com a União será realizada na próxima quarta-feira, 5.
A atualização do fator de correção desses débitos prevê a substituição do IGP-DI mais 6% a 9% anuais pelo IPCA mais 4% ou o teto da Selic (o que for menor das duas opções). A longo prazo, a matéria deve impactar a arrecadação da União. "Havia o compromisso que, logo após as eleições, esse projeto seria apreciado", justificou Renan.

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