MUDANÇA DE REGIME
Ex-diretor deve ser liberado hoje
01.10.2014
Beneficiado pela delação premiada, Paulo Roberto Costa será levado para sua casa no Rio de Janeiro
Curitiba. A Justiça Federal do Paraná concedeu na tarde de ontem, o benefício da prisão domiciliar ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em nota, a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba informou que o juiz Sérgio Moro atendeu ao pedido feito pelo Ministério Público Federal para conceder o benefício.
A Polícia Federal será responsável pela transferência e fiscalização do cumprimento da prisão domiciliar, que será feito com uma tornozeleira eletrônica. A previsão é que ele será liberado hoje, quando será transferido para o Rio de Janeiro, onde tem residência fixa.
Conforme a Justiça Federal, o acordo sobre a delação premiada do ex-diretor da Petrobras foi assinado na última segunda-feira, 29, e avalizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.
Agora, as confissões do ex-diretor da Petrobras foram formalizadas na Justiça. Segundo a homologação feita por Zavascki, há a confirmação oficial de um possível envolvimento de várias autoridades com foro privilegiado, inclusive parlamentares federais, citados na delação de Costa.
O ex-diretor é acusado de integrar esquema de desvio de recursos da Petrobras em associação com o doleiro Alberto Youssef. Ele confessou, em delação premiada, ter recebido US$ 23 milhões para intermediar contratos com empresas fornecedoras da estatal, além de ter recebido R$ 1,5 milhão para "não atrapalhar" a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Parte dos recursos desviados alimentaria doações a políticos, entre deputados, senadores e governadores de partidos aliados ao governo federal.
Paulo Roberto Costa ocupou a direção de Refino e Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele foi preso pela primeira vez em março, quando a PF deflagrou a Lava Jato. Na ocasião, Youssef também foi detido. No entanto, o ex-diretor foi libertado em 19 de maio por ordem do ministro Zavascki.
Em 11 de junho, Costa voltou a ser preso, a pedido do Ministério Público Federal. Os procuradores da República alegaram risco de fuga devido a supostas contas que o ex-dirigente da estatal mantém na Suíça com depósitos de US$ 23 milhões.
Na tarde de ontem, os procuradores responsáveis pelo acordo de delação premiada do ex-diretor pediram o cumprimento do benefício dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário