segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Igreja Católica

Documento do Vaticano adota linguagem compassiva em relação a gays

Reuters / Redação Web | 11h47 | 13.10.2014

O documento sugere que Igreja deveria aceitar o desafio de encontrar “um espaço fraternal” para os homossexuais sem abdicar da doutrina católica sobre família e matrimônio

  • Papa Sínodo
    “O documento reflete claramente o desejo do papa Francisco de adotar uma abordagem pastoral mais clemente", disse o especialista
    Foto: News.va
    Em uma mudança de tom, um documento do Vaticano divulgado nesta segunda-feira (13) declara que os homossexuais têm “dons e qualidades a oferecer”. O documento, preparado após uma semana de discussões sobre temas relacionados à família no sínodo que reuniu 200 bispos, disse que a Igreja deveria aceitar o desafio de encontrar “um espaço fraternal” para os homossexuais sem abdicar da doutrina católica sobre família e matrimônio.
    Embora o texto não assinale nenhuma mudança na condenação da Igreja aos atos homossexuais ou em sua oposição ao casamento gay, usa uma linguagem menos condenatória e mais compassiva que comunicados anteriores do Vaticano.
    A declaração será a base das conversas da segunda e última semana da assembleia, convocada pelo papa Francisco. Também servirá para aprofundar a reflexão entre católicos de todo o mundo antes de um segundo e definitivo sínodo no ano que vem.
    "Os homossexuais têm dons e qualidades a oferecer à comunidade cristã: seremos capazes de acolher essas pessoas, garantindo a elas um espaço maior em nossas comunidades? Muitas vezes elas desejam encontrar uma igreja que ofereça um lar acolhedor”, afirma o documento, conhecido pelo nome latino de “relatio”.
    “Serão nossas comunidades capazes de proporcionar isso, aceitando e valorizando sua orientação sexual, sem fazer concessões na doutrina católica sobre família e matrimônio?”, indagou.
    John Thavis, vaticanista e autor do bem-sucedido livro “Os Diários do Vaticano”, classificou o comunicado como “um terremoto” na atitude da Igreja em relação aos gays. “O documento reflete claramente o desejo do papa Francisco de adotar uma abordagem pastoral mais clemente no tocante ao casamento e aos temas da família”, disse.

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