BRASIL
Risco de racionamento de energia aumenta para 46%
03.04.2014
São Paulo/Brasília. O risco de o Brasil ter um racionamento neste ano quase dobrou. Com as chuvas abaixo do esperado para março, a probabilidade de o País ter de decretar um corte superior a 4% da demanda de energia subiu de 24% para 46%, segundo cálculos da consultoria PSR, do especialista Mario Veiga. Uma redução dessa dimensão significaria desligar 12 milhões de residências.
No primeiro relatório elaborado pela consultoria, no início de fevereiro, o risco de racionamento era de 17,5%. De lá pra cá, a situação dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% do armazenamento do País, não apresentou melhora significativa. As represas fecharam março com 36,3% - distante da previsão inicial de 41,3%.
Para abril, o cenário não é animador já que o volume de chuvas tende a ser menor. "O risco aumenta na medida que chegamos ao fim do período úmido", afirma o diretor da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos. Segundo ele, para janeiro, a expectativa de chuva em megawatts médios (MW) era de 56 mil. Em fevereiro, subiu para 59 mil MW médios; em março, caiu para 55 mil MW médios; e abril, para 41 mil MW médios.
O governo demorou para assumir que a situação não era tão confortável como fez parecer em janeiro e fevereiro. No fim do mês já admitiu algum risco no setor elétrico. Em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, o presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o País passa pelo pior evento climático da história, se forem consideradas em conjunto as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-oeste.
"Essa é a terceira pior (estiagem) desde 1931, quando se têm as medidas da hidrologia. Se pegarmos o conjunto, talvez seja o pior evento que já aconteceu", avaliou Tolmasquim, enfatizando que o quadro não leva o governo ao pavor. "Merece atenção, não desespero".
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