sexta-feira, 17 de maio de 2019

Ceará é o quinto estado do País em informalidade

Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Ceará é o quinto estado do País com maior índice de informalidade no primeiro trimestre de 2019. No Brasil, o cenário é de mais de 1,2 milhão de pessoas que perderam seus empregos somente neste ano.
Enquanto a taxa de desocupação nacional ficou na casa dos 12,7%, o Estado se manteve abaixo da média, com 11,4% no trimestre inicial do ano, porém baseado fortemente na informalidade e na subocupação (aqueles que trabalham menos de 40 horas e gostariam de trabalhar mais).
Analista de Mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Mardônio Costa diz que cerca de 460 mil trabalhadores cearenses estão sem emprego e explica que é normal que o primeiro semestre do ano seja menos aquecido do que o fim do ano. Mas acredita que existe uma precarização das relações de trabalho, "pois o empregado não tem acesso aos direitos trabalhistas e é com esse emprego informal que a taxa de ocupação vem se sustentando no Ceará".
Ele pontua que existe uma lenta recuperação do mercado, já que no primeiro trimestre presenciamos resultados positivos desde 2017. No entanto, o crescimento da informalidade faz quase 2 milhões de cearenses se submeterem a condições aquém do ideal.
"O emprego formal não tem sustentado a demanda do mercado de trabalho e o trabalho informal é a alternativa que vem dando resultados", frisa.
Segundo a Pnad Contínua, 31,9% da força de trabalho ocupada está subutilizada, o maior índice do Estado na série histórica. No País, 14 dos 27 estados apresentaram alta no nível de desocupação. O analista de Mercado do IDT ainda acrescenta que 167 mil cearenses estão a mais de um ano procurando trabalho. Resultado revela "baixa atividade econômica", avalia.
Apesar de considerar a situação do Ceará abaixo do ideal, o presidente da Associação Brasileira de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Luiz Antônio Miranda, lembra outros estados do Nordeste estão piores e cita a Bahia como exemplo.
Contrastando com o resultado do País, a assistente de Gestão de Pessoas do Hotel Gran Marquise, Kecia Hellen de Freitas, 20, conseguiu se empregar mesmo na crise. Ela conta que iniciou no grupo empresarial como aprendiz e após um ano foi contratada.
Sua gestora direta, a analista de Gestão de Pessoas, Camila Quintela, conta que investir em profissionais mais jovens formados dentro da própria empresa é tendência entre as grandes empresas. "E é comum contratar pela técnica e demitir pelo comportamento. Acaba que sendo mais assertivo investir nos jovens que têm habilidades comportamentais para o cargo e desenvolver as competências técnicas".
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Perfil

KECIA HELLEN DE FREITAS, 20
A TRAJETÓRIA profissional da assistente de Gestão de Pessoas do Hotel Gran Marquise iniciou aos 17 anos como auxiliar de escritório aprendiz na sede do Grupo Marquise. Trabalhou um ano no setor de Gestão Pessoal na empresa e foi convidada para participar de processo de seleção no hotel, que é uma das filiais do Grupo.
Depois de passar por três fases de seleção contra candidatos mais experientes foi contratada. Neste ano, Kecia completará um ano como contratada do hotel e já trabalha em qualificações para melhorar seu currículo profissional. No próximo ano prevê concluir o curso de graduação.
 

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