O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem a pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização, apontou levantamento do Datafolha ontem.
A pesquisa mostra que 30% dos consultados avaliam o governo de Bolsonaro como ruim ou péssimo. O percentual é próximo ao indicado por aqueles para quem o presidente é ótimo ou bom (32%) ou regular (33%). Não souberam opinar chegam a 4% dos entrevistados.
O instituto entrevistou 2.086 pessoas em 130 municípios nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fernando Collor, que estava no PRN quando eleito para o Planalto, era rejeitado por 19% em 1990. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) somava 16% de ruim ou péssimo em 1995. Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, tinham apenas 10% e 7% de ruim e péssimo na marca dos cem dias de governo.
Única presidente afastada além de Collor, Dilma lidera no quesito popularidade em início de mandato: tinha 47% de ótimo ou bom em 2011.
Assim como durante a eleição, o Nordeste continua sendo a que mais rejeita Bolsonaro, de acordo com o Datafolha. Na região, 39% dos entrevistados consideravam o governo ruim ou péssimo e 24% ótimo ou bom. No Sul, aprovam o presidente 39% dos consultados contra 22% que o desaprovam. No Centro-Oeste e Norte, os incides de aprovação a Bolsonaro se repetem: 38%.
Questionado ontem sobre o resultado da pesquisa, Bolsonaro disse que não iria "perder tempo" comentando a sondagem do Datafolha. Nas redes sociais, porém, o pesselista ironizou um dos tópicos do levantamento que pergunta aos entrevistados sobre o grau de inteligência dos presidentes: se muito inteligente ou pouco inteligente.
Segundo o instituto, 69% dos brasileiros considera Lula muito inteligente contra 24% de pouco inteligente. Para Dilma, os números são de 85% contra 9%. Já Bolsonaro atingiu patamares de 58% e 39%. Para os consultados, além de impopular, o capitão reformado é também o menos inteligente entre os governantes em início de primeiro mandato.
Vice-presidente, o general Hamilton Mourão minimizou ontem a queda na popularidade do governo. Para ele, é preciso dar tempo ao Executivo. "Tem gente que quer que a gente acelere, mas todos têm que entender uma coisa: o Executivo não tem varinha de condão", afirmou Mourão.
"Vejo naturalmente essa queda inicial na popularidade", afirmou Mourão. O vice-presidente disse que há uma "ansiedade" muito grande por parte da sociedade e que sabe que as pessoas clamam por mudanças.
Mourão defendeu o diálogo com o Congresso para fazer as pautas do governo andarem. A fala vem após o apagão na articulação política gerar problemas ao Planalto.
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