A 21ª Campanha Nacional de Vacinação contra influenza (gripe) começa no dia 15 de abril no Ceará, assim como nos outros estados do Nordeste, segundo a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa). A campanha deste ano foi antecipada no País para a primeira quinzena de abril, indo de 10 de abril a 31 de maio. Inicialmente, serão vacinadas crianças de até 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias) e mulheres gestantes e puérperas (em pós-parto). Para os outros grupos prioritários, a imunização será a partir do dia 22 de abril. A meta é vacinar pelo menos 90% dos grupos elegíveis para receber as doses na rede pública.
No Amazonas, a campanha começa hoje, 21 dias antes dos demais estados. A mudança é justificada pela ocorrência de casos e óbitos por influenza em 2019, com 666 casos suspeitos já notificados, sendo confirmados 107 para H1N1. Destes, 28 resultaram em morte. O dado é alarmante se comparado a 2018, quando foram registrados 17 casos e três óbitos por influenza no Amazonas, sendo um caso e um óbito pelo subtipo H1N1.
A vacina contra influenza é trivalente: protege contra os subtipos influenza A H1N1 e H3N2 e influenza B. No Ceará, a meta é imunizar 2.509.776 de pessoas contra a gripe.
Conforme boletim de notificação compulsória da Sesa, não foi registrado nenhum caso de gripe no estado. Atualização será publicada hoje. Segundo levantamento ainda não consolidado, foram 449 ocorrências no Ceará em 2018. O número de mortes teria chegado a 74. No entanto, a Sesa informou, por meio da assessoria, ainda não dispor dos dados fechados de registros da doença no ano passado.
No ano passado, a procura pela imunização gerou filas nos postos de saúde e aumento da demanda em clínicas particulares. Em muitos locais, as filas superaram os limites das unidades. Em alguns postos, as vacinas acabaram antes da chegada de novas doses, gerando reclamações de pacientes, que precisavam peregrinar na busca pela imunização.
Conforme o médico Ivo Castelo Branco Coelho, professor do Núcleo de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC), a antecipação do calendário é positiva. "A gripe normalmente aumenta nesse período das chuvas. A vacinação deveria ser feita antes disso. Aqui no Nordeste, é feita quando já estamos no meio do que chamamos de "inverno", período de ocorrência das chuvas. Essa antecipação é muito boa para a gente".
 Ele avalia que a chance de a situação do Amazonas afetar o Ceará "existe, mas não é grande". "Pessoas gripadas vindo para cá aumentam a circulação do vírus aqui", diz.
Anastácio Queiroz, professor da Famed da UFC, afirma que "mesmo que o vírus que venha a circular tenha uma cepa diferente, existe uma proteção. Surto, pode acontecer, mas a vacina visa justamente evitar isso", explica.
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