O responsável pela empresa dona da barragem do Granjeiro, que apresentou risco de rompimento no último sábado, 16, nega ter sido autuado pela Agência Nacional de Águas (ANA) por danos estruturais. Segundo empreendedor da Agrosserra, Avelino Forte, o órgão não realiza fiscalizações desde 2013 no local, sendo a única notificação recebida por questões “burocráticas”. A ANA afirmou em nota que empresa é autuada desde 2017, sendo o embargo provisório realizado na semana passada devido a "uma erosão significativa no talude a montante (rio acima) da barragem".
O dono da Agrosserra diz que a ANA está mentindo. "Eu tenho um laudo da ANA dizendo que todos os problemas (estruturais) que havia lá tinham sido sanados”, afirma. Conforme Avelino, desde 2013, quando foi recebido este laudo, agentes do órgão de fiscalização não haviam voltado na barragem até a última terça-feira, 12, quando foi feito o embargo provisório. “O que tem pendente da Agrosserra com a ANA é só burocracia”, pontua. A barragem tem cerca de quarenta anos, mas só está na posse da empresa desde 1993. Em decorrência disto, o proprietário não possui a planta da construção, documento solicitado pela ANA para fazer outorga.
Avelino conta que problema de erosão notificado pela ANA se deu após três dias de chuva com rajadas de vento e que a empresa atuou junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros para conter o defeito com sacos de areia e impedir vazamentos de água. Desde que a barragem foi embargada pela ANA, porém, ele conta estar impedido de tomar providências. “A barragem tem um problema, só que, como interditaram a barragem, impediram que tanto eu como o prefeito tomássemos providências”, relata.
Para a ANA, o embargo temporário tem como objetivo “fazer com que a empresa adote medidas imediatas de segurança para minimizar os riscos de rompimento da estrutura, tendo em vista a existência de 15 famílias que vivem no vale a jusante (abaixo) e podem ser atingidas pelo rompimento da estrutura”. A Agência afirmou que “já atua in loco com medidas para diminuição dos riscos de ruptura da barragem, em articulação com a Defesa Civil, Prefeituras locais e Cogerh/CE, Sohidra/CE e SRH/CE (Companhia de Gestão de Recursos Hídricos, Superintendência de Obras Hídricas e Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará)”.
Na última sexta-feira, 15, os moradores das proximidades da barragem receberam ordem de evacuação devido a riscos de segurança. O trabalho de remoção das famílias começou ainda na noite do último sábado, 16, e seguiu neste domingo, 17. Mais de 250 famílias que moram ao longo do Rio Jaburu, para onde está sendo escoado o excesso de água da barragem para que seja diminuída a pressão, foram realocadas.
Ui
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