Reeleito presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) esteve ontem em Fortaleza para reunião com o governador Camilo Santana (PT), e deputados aliados, a exemplo de Domingos Neto (PSD), André Figueiredo e Mauro Benevides Filho, ambos do PDT. No encontro, entre outras pautas, a Reforma da Previdência.
Maia afirmou, em coletiva de imprensa, que quer votar a reforma entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de junho. Diz que o texto não será do Governo Federal, mas de consenso. "É o texto do Governo, somado às experiências em estados e municípios".
Conforme o demista, embora o Governo ainda não esteja contando votos, a expectativa é de intensificação da agenda nos estados. O primeiro foi o Ceará, de Camilo, a quem classifica como "grande amigo".
"Vou ouvir todos os governadores nas próximas semanas para que a Câmara dos Deputados tenha uma pauta organizada com governadores, prefeitos, para que todos juntos possam pactuar um grande acordo em defesa da reorganização das contas públicas".
No Ceará, um dos protagonistas da reunião foi Mauro Filho, que auxiliou na construção da reforma defendida pelo candidato derrotado Ciro Gomes (PDT) durante campanha eleitoral.
Maia e Filho, inclusive, vieram de Brasília ao Ceará no mesmo avião, discutindo uma concepção de reforma na área. Segundo o presidente da Câmara, a preocupação do pedetista em relação à capitalização é correta.
O sistema de capitalização, avalia Rodrigo Maia, é importante, mas precisa ter proteção aos trabalhadores que ganham até dois ou três salários mínimos, já que terá mais dificuldade em conseguir "economia necessária para garantir aposentadoria mínima".
"Essa preocupação o deputado Mauro tem e tenho certeza que ele vai ser um dos deputados que vai ajudar a comandar esse processo na comissão e depois no plenário", elogiou Maia.
O POVO apurou que, tanto em Brasília quanto na reunião no Palácio da Abolição, o nome de Mauro Filho teria a predileção de Maia e foi ventilado para presidir a Comissão Especial da Reforma da Previdência.
Procurado pela reportagem, Filho destacou que, se for oficialmente convidado, não pode aceitar decidir sem o apoio do PDT. Questionado se eventual aceite poderia "rachar" o partido, ele descartou.
"Pelo contrário, se eu estou propondo, na presidência da comissão, levar à frente as propostas que nós defendemos (na campanha presidencial), é positivo".
Ele afirma que se o texto enviado não for aquele planejado na campanha de Ciro, antecipa o parlamentar, "vamos emendar tudo aquilo que for necessário".
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