Indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para a Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz é o quinto militar a ocupar um posto-chave na Esplanada do pesselista ? a secretaria tem status de ministério.
General da reserva, Santos vai se juntar aos também generais Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa).
Além deles, integram o governo Bolsonaro o tenente-coronel da Força Aérea Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e o general Hamilton Mourão, vice-presidente.
O anúncio, como todos até agora, foi feito pelas redes sociais. "Gostaria de comunicar a indicação do General-de-Divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo", escreveu Bolsonaro no Twitter.
Antes cotado para a Secretaria Nacional da Segurança Pública, cargo que já havia preenchido por cerca de um ano no governo de Michel Temer (MDB), Santos deve executar tarefas de coordenação no novo governo.
A articulação política com o Congresso, informou a equipe de transição de Bolsonaro, será conduzida pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do DEM, cuja relação com os presidentes de Câmara e Senado está estremecida.
Santos comandou as forças da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti e na República do Congo. Logo depois do anúncio, o futuro ministro viajou para Bangladesh, onde chefiará um treinamento de oficiais de missões de paz da ONU.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o general da reserva negou que sua ida para o governo represente a formação de núcleo militar na Presidência. "Não vejo que a minha designação seja um fortalecimento da área militar", disse. "É apenas mais um militar e não que se tenha uma vertente militar."
De acordo com ele, a gestão Bolsonaro não tem "uma área militar no governo" e que "não há divisões entre civis e militares, mas todos defendendo um projeto de Brasil".
Santos defendeu ainda que falar "em civil e militar é uma bobagem, senão, teremos de nominar quantos engenheiros, advogados, gaúchos, cariocas, mineiros".
Presidente do PSL no Ceará e deputado federal eleito, Heitor Freire elogiou a escolha do general para o posto. Segundo ele, o indicado "tem um bom histórico por ter sido um pacificador no Congo, além de ser uma pessoa de confiança de Bolsonaro".
Questionado se o novo ministro teria perfil para "pacificar" a relação do futuro governo com o Congresso em casos de crise, Freire brincou: "Ele e o Moro vão pacificar essa relação".
Em seguida, o dirigente fez uma ressalva. "Não pode ter aquele velho hábito conhecido do brasileiro de negociar. É um novo Congresso, o momento é novo, e ele é uma pessoa correta", avaliou.
REAÇÃO
Deputados e senadores têm demonstrado otimismo ao fazerem a leitura de que Carlos Alberto dos Santos Cruz irá ficar subordinado ao futuro ministro Onyx Lorenzoni
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