quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Portugal abre novas chances de negócios para cearenses

Idioma semelhante, segurança legal e incentivos fiscais. Estas são as apostas de Portugal para atrair investidores no Ceará. A expansão desse mercado para o Brasil facilitou a entrada de empresários como Carlos Luna, que vai exportar o artesanato cearense para a Europa a partir do país lusitano. "Os europeus têm muito interesse pelos produtos brasileiros, e nós temos uma taxa de exportação pequena. Portugal acaba sendo a porta de entrada para a Europa", diz.

O tema foi debatido ontem, 19, pela Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), no evento "De Portugal ao mercado global", na sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiec). O empréstimo sem taxas de juros e reembolso de até 60% do valor contratado, caso o empreendedor alcance as metas estabelecidas, são alguns dos atrativos do mercado português.

As facilidades, explica a engenheira portuguesa Carla Maia, CEO da GOE Engenharia, visa impulsionar o incremento do capital brasileiro. "Em 2017, foram investidos 150 bilhões de euros. Um dos maiores investidores têm sido os brasileiros, seja na parte imobiliária ou em outros setores", diz, citando outros benefícios como a majoração de até 20% do valor total do investimento ao empresário.

O governo português também apoia financeiramente com até 45% de recurso (fundo perdido) para projetos de inovação via editais. Os benefícios, no entanto, são destinados aos investimentos implantados no Norte e Centro do país, por serem consideradas áreas menos desenvolvidas.

Para o presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), Armando Abreu, os incentivos somam-se a outros fatores que tornam Portugal um terreno fértil para o cearense. "O Estado está vivendo um bom momento nos três âmbitos: comunicação, transporte aéreo e marítimo. Isso, ligado à proximidade geográfica que temos do País e ao fato de falarmos a mesma língua, cria uma série de condições favoráveis para que o empresário no Ceará pensar em investir em Portugal", observa.

Karina Frota, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiec, explica que essa é uma relação que tem sido fortalecida ao longo das últimas décadas. "Há 20 anos, quando iniciamos nossa primeiras operações com voos TAP, percebemos um incremento expressivo no que se refere aos investimentos", destaca.

Essas foram uma das razões que fizeram o empresário cearense Carlos Luna abrir negócio de venda online (marketplace) na cidade portuguesa Setúbal. "A questão organizacional foi um determinante. Por exemplo, se eu comprar um produto de peso maior em São Paulo, como um guarda-roupa, ele só chegará aqui (em Fortaleza) em 15 ou 20 dias. Se eu estiver em Paris e comprar de Portugal, em um ou dois dias chega", exemplifica.
Bruna Damasceno

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