O dia de hoje é simbólico para a campanha eleitoral do PT. Isso porque o atual candidato a vice na chapa presidencial, Fernando Haddad, visitará o ex-presidente Lula em Curitiba para discutir os próximos passos da candidatura. Será o primeiro encontro dos dois petistas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter rejeitado o nome de Lula na disputa na última sexta-feira, 31.
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba após ter sido condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A legenda tem afirmado que vai entrar com todos os recursos disponíveis à decisão do TSE e tem insistido no nome dele para concorrer à presidência.
A tendência, segundo petistas e um cientista político que conversou com O POVO, é que a sigla continue investindo nessa estratégia.
Apesar disso, há certa expectativa sobre o encontro de ambos, sobretudo para que se tome uma decisão sobre a situação da candidatura enquanto espera o julgamento dos recursos: o PT vai logo substituir Lula por Haddad na cabeça da chapa ou deve esperar para o fim do prazo de dez dias dado pelo TSE?
Para o cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Baía, "as mudanças serão feitas só no final do prazo". Ele avalia que essa estratégia tem apresentado um saldo positivo para a sigla. "Isso de manter Lula como candidato, de continuar insistindo no nome dele na campanha, tem dado certo, então eles vão continuar a fazer isso. O dia (de hoje) é importante para a campanha, mas não vai mudar essa estratégia", aposta.
Falas recentes do próprio Haddad e da presidente do PT Gleisi Hoffmann confirmam que o partido vai ingressar com os recursos disponíveis. Para o deputado federal Carlos Zarattini, a conversa entre Lula e Haddad será "muito importante para discutir essa situação jurídica e eleitoral".
O cearense José Guimarães concorda. Ele diz que o partido deve continuar a "defender o Lula", mas é da ala que defende que se deve substituir logo a cabeça da chapa pelo Haddad para ele conseguir aproveitar melhor os votos do ex-presidente, que tem liderado as pesquisas.
"Eu defendo a tese de que vamos protocolar todos os recursos porque achamos que podemos vencer no Supremo Tribunal Federal (STF), e enquanto isso eu defendo que o Haddad, na conversa com o Lula, assuma a condição de candidato", explicou. "Os votos do Lula são uma imensidão, e se a gente não vencer no Supremo e não substituir logo, eu temo que a gente não consiga transferir os votos (para o Haddad)", finalizou.
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