Apesar de já ter manifestado interesse ao Governo do Estado em permanecer como concessionária, a Luarenas - joint venture (empreendimento conjunto) da empresa francesa Lagardère com a brasileira BWA - vai ter de concorrer ao edital que a Secretaria do Esporte do Estado (Sesporte) pretende lançar em cerca de 60 dias. O documento ainda será discutido e elaborado, mas já se sabe que a concessão terá um modelo diferente.
"Não há possibilidade de renovação deste contrato. Ele foi atípico, feito na época da Copa do Mundo e envolvia duas partes. Uma era a construção do equipamento e a outra a operação dele por cinco anos. Quem construiu deveria ter operado, mas quando terminou a Copa, a Galvão vendeu a parte de operação para a Luarenas", afirma e recorda o atual secretário do Esporte, Euler Barbosa. Ao O POVO, ele revelou que a nova Parceria Público-Privada (PPP) deve valer para os próximos 20 anos de gestão, tempo considerado necessário para o retorno do investimento.
De acordo com o secretário, a nova concessão terá ainda de exigir do Estado o mínimo possível de participação financeira. O equipamento despende hoje cerca de R$ 800 mil por mês, com o poder público responsável por arcar com metade deste valor.
A sustentabilidade do Castelão, inclusive, é um ponto-chave da próxima concessão a ser celebrada. "A nova operadora do contrato terá metas definidas a serem cumpridas, inclusive de eventos, para que pague as contas e se pague", diz Euler Barbosa. Apesar do termo "nova" ter sido empregado, nada impede que a própria Luarenas concorra e vença o edital, mantendo-se como concessionária. O secretário fez até elogios à atual gestão.
O POVO procurou a assessoria de imprensa do Castelão para saber se o equipamento hoje é lucrativo, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
Caso a previsão do secretário do Esporte se prove acertada e o edital for lançado em 60 dias, a concorrência abrirá apenas em outubro, mês em que acontecem as eleições para governantes nacionais e estaduais. A concorrência de datas pode causar lentidão no processo e há um risco de que no dia 26 de novembro a licitação não esteja totalmente pronta e, consequentemente, a nova empresa ainda não tenha sido escolhida. Prevendo isso, o Governo do Estado está pronto para assumir o equipamento provisoriamente.
"Estamos nos preparando para fazer o processo da forma correta e é possível que durante alguns meses, dois ou três, aconteça uma gestão direta do Estado sobre o Castelão como forma de garantir que não haja nenhuma paralisação", admite Euler Barbosa.
O equipamento, no entanto, não será entregue da noite para o dia ao Estado. Desde o mês passado o estádio passa por um processo de devolução ao poder público. A retirada das chapas de metal que escondem o fundo da arquibancada, chamadas de carenagem, por exemplo, já é um exemplo da ação do Governo na praça esportiva. A ação visa remover ferrugem das chapas. "A gente já entrou e tá cuidando para que o equipamento tenha condições de ser concedido na PPP", afirma o secretário.
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