A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem a 10ª fase da Operação Zelotes, que investiga desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que julga recursos contra a cobrança de impostos.
Nesta fase, são investigadas nove pessoas e duas empresas, entre as quais a consultoria Kaduna, do economista Roberto Gianetti da Fonseca, ligado ao PSDB, coordenador do plano de governo de João Doria, pré-candidato ao governo de São Paulo pelos tucanos. Outro investigado é Daniel Godinho, secretário de comércio exterior na gestão Dilma Rousseff (PT).
Segundo informações do Ministério Público Federal, Gianetti teria recebido pagamentos de até R$ 8 milhões para beneficiar a siderúrgica Paranapanema em processo de cobrança fiscal ocorrido em 2014.
Parte da quantia teria sido repassada a advogados que, por sua vez, teriam feito pagamentos a dois conselheiros do Carf para que votassem a favor da empresa. Os prejuízos aos cofres públicos seriam de R$ 650 milhões em créditos tributários não pagos, em valores atualizados.
"As articulações, revestidas de inúmeras ilegalidades, obtiveram êxito e isenção da dívida foi total", disse o MPF em comunicado à imprensa. "Tudo leva a acreditar que esse julgamento foi manipulado", afirmou o procurador da República Frederico Paiva, à frente das investigações.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Pernambuco.
Segundo o MPF, esta deve ser a última fase da operação, que até o momento resultou em 18 denúncias contra 107 pessoas. Em nota,os investigados prometem colaborar com a Justiça sobre o caso.
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