sexta-feira, 27 de julho de 2018

Após apoio oficial do 'centrão', Alckmin diz não ter pressa ou predileção por vice

01:30 | 27/07/2018
Partidos que compõem o
Partidos que compõem o "centrão" oficializaram apoio a Alckmin ontem DIDA SAMPAIO/ AGÊNCIA ESTADO
Após ter o apoio do "centrão" oficializado, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse ontem não ter pressa ou preferência sobre o perfil do vice na sua chapa. Ele voltou a enfatizar que o prazo para essa decisão será 4 de agosto, data da convenção nacional do PSDB.

Apesar de toda a insistência dos tucanos, o empresário Josué Gomes (PRB) oficializou ontem, por meio de carta, a sua desistência de compor a chapa como vice. Gomes disse que rejeita a missão por "questões pessoais" apesar de se sentir "honrado" pelo convite. O empresário afirmou que é "lúcida e acertada" a decisão de apoiar a candidatura de Alckmin. Assegurou ainda que trabalhará pela vitória do tucano nestas eleições.
 
O "centrão", que agrupa DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade deve agora se reunir para discutir um novo nome.

"Para ter vice, precisa ter candidato; só hoje (ontem) que o Centro Democrático decidiu pela nossa candidatura. Agora vamos nos debruçar sobre o vice. (...) O perfil é de homem ou mulher, moreno ou loira, não tenho preferência. Certamente não será um nome de São Paulo, mas temos ótimos nomes, vamos aguardar", explicou.

Ao enaltecer o apoio do "centrão", Alckmin repetiu diversas vezes a importância de ser um candidato "conciliador". "Fico feliz de nos reunirmos com o Centro Democrático porque o caminho não é nem o autoritarismo nem o populismo", disse, ao agradecer aos partidos. "Seria fácil (o "centrão") vir para o pré-candidato se eu estivesse em primeiro lugar, disparado nas pesquisas. Eles estão vindo por convicção num grande esforço conciliatório", disse.

Ele agradeceu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem chamou de "um grande líder da nova geração", por abdicar da pré-candidatura e citou nominalmente todos os outros pré-candidatos lançados pelo "centrão".

Alckmin usou o apoio dado pelo "centrão" para dizer que somente com a "conciliação" o Brasil sairá da crise política e econômica. "Nós não vamos decepcioná-los. Vamos trabalhar com afinco para ganhar as eleições. Todas as vezes que o Brasil buscou a conciliação e a pacificação, a democracia consolidou-se e a economia se fortaleceu. Foi assim na redemocratização do Brasil, foi assim na elaboração do Plano Real. Sempre que há um esforço pela união, o Brasil avança. Não tem salvador da pátria, nem fórmula mágica, tem esforço coletivo", disse.

O tucano também aproveitou para falar sobre suas propostas econômicas. Disse que o Brasil será uma "Abu Dhabi", em referência à capital dos Emirados Árabes, e ainda um "grande celeiro do mundo", ao citar o potencial do agronegócio no País.

"O Brasil vai ser uma Abu Dhabi com as jazidas do pré-sal; vamos investir no pós-sal. Brasil vai ser o grande celeiro do mundo", afirmou antes de também ressaltar questões sociais de sua campanha.

"Nós nos colocamos no lugar do outro: daquele que está desempregado, das mamães que não encontram vagas em creches. É isso que nos motiva. Temos uma causa urgente. O Brasil tem pressa. Esta não é uma tarefa para uma pessoa ou um partido, é uma tarefa coletiva. Me sinto honrado com a confiança de todos vocês; não tenho a menor dúvida com o passo correto que estamos dando. Fomos construindo passo a passo com humildade e hoje damos um grande passo com cinco grandes partidos. Para a mudança, precisamos estar unidos, vamos ao trabalho", complementou.

Ao final, Alckmin respondeu a perguntas de jornalistas. Um dos questionamentos foi sobre o espaço que seu eventual governo dará às mulheres já que, no anúncio de aliança do "centrão", o tucano estava cercado por homens, todos eles brancos. "Marcos Pereira está fazendo uma correção, dizendo que é negro", respondeu ao citar o presidente do PRB. "Vamos ter o máximo possível de mulheres nos ministérios; serão todas convidadas e convocadas para trabalhar".

O pré-candidato do PSDB ainda foi incitado a comentar as notícias de que o economista Roberto Giannetti da Fonseca, um dos colaboradores da campanha política, se tornou alvo da 10ª fase da Operação Zelotes, deflagrada ontem. A investigação apura desvios perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf).
Alckmin demonstrou desconhecer as notícias. "Giannetti não faz parte da nossa campanha, mas sempre participou das equipes e campanhas do PSDB", respondeu.
Agência Estado

ARTICULAÇÃOO líder do Democratas, o deputado federal, ACM Neto (BA), foi escolhido pelos partidos do Centrão para fazer interlocução com Alckmin na busca de um vice para a chapa. "Decidimos por unanimidade que ACM vai conversar com Alckmin para ver se o vice sai dessa coligação", disse o líder do Solidariedade, Paulino da Força.

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