O Ministério da Educação (MEC) anunciou que alunos com dívidas com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) poderão negociar os valores não pagos a partir de agosto deste ano. O acerto deverá ser feito por meio da Caixa Econômica Federal, agente financiador do programa. A inadimplência chegou a R$ 10 bilhões neste ano.
“Além de ser boa para os estudantes, essa renegociação pode acarretar em mais recursos para o Governo Federal e, quem sabe, a criação de novas vagas para o financiamento estudantil”, disse Pedro Pedrosa, diretor de gestão de fundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Dos 2,7 milhões de contratos vigentes, 453 mil estão com algum tipo de dívida, o que corresponde a 17% do total. O financiamento passou por uma série de mudanças para concessão. Entre as mais recentes estão o aumento de parcela mensal para R$ 7 mil e financiamento de pelo menos 50% do curso.
Apesar da inadimplência bilionária, essas regras acabam por aumentar o total de dívida dos estudantes. Mas também abrem a possibilidade de mais pessoas, futuros credores, beneficiarem-se com o programa do Governo Federal.
Os descontos e as regras para renegociar as dívidas somente serão divulgados no segundo semestre. Estudantes que possuem parcelas em aberto deverão procurar agências da Caixa em seus estados para iniciar o processo.
A gerência regional da Caixa Econômica do Ceará não chegou a divulgar quantos dos contratos do Estado estão com parcelas em aberto.
Desde o ano passado, o Banco do Nordeste passou a também financiar cursos com um fundo de R$ 700 milhões. O montante beneficiaria até 150 mil estudantes da região.
Assim como a Caixa, o Banco do Brasil é um dos agentes que mais financiaram esse tipo de empréstimo. Somente no Ceará, o Banco do Brasil chegou a operar R$ 2 bilhões em 39 mil contratos até o fim do ano passado.
Isabel Filgueiras
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