A confirmação da saída de Henrique Meirelles do comando do ministério da Fazenda ontem, para tentar ser candidato nas eleições à Presidência da República, oficializa a corrida para quem irá sucedê-lo na liderança da pasta. Três nomes estão na disputa: o atual secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, o secretário de Acompanhamento Fiscal do Ministério, Mansueto Almeida e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Ao ser questionado sobre nomes, Meirelles destacou que o Ministério tem secretários qualificados e muito preparados para a sua posição. Ele disse, porém, que não vetou ou bloqueou nome que não seja do Ministério da Fazenda.
“Vamos ver (substituto). Em primeiro lugar, vamos definir se decido ser candidato. Se eu sair, os secretários são totalmente qualificados. Mas eu não exclui ou vetei a possibilidade de vir alguém que não esteja no Ministério da Fazenda”, afirmou Meirelles.
Dos três, Dyogo Oliveira seria o menos cotado. Ele é o nome de confiança do líder do Governo no Senado e presidente nacional do MDB, o senador Romero Jucá (RR). Fontes informam que Meirelles tem a preferência pelos secretários Eduardo Guardia (Executivo) e Mansueto Oliveira (Acompanhamento Fiscal). Interlocutores afirmaram que a aposta maior de Meirelles é Guardia. Mas o ministro do Planejamento tem apoio do presidente do MDB, Romero Jucá. “Eu sou alguém que faço primeiro e falo depois”, disse.
E em que pese ter sido o responsável pela estratégia de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no ano passado, celebrada por Temer como uma de suas maiores vitórias, Oliveira não teria agradado o mercado financeiro tanto quanto Mansueto e Guardia, que integram a linha de frente do Ministério da Fazenda e contariam com o apoio do próprio Henrique Meirelles.
Tanto é que, na conversa com Temer em que acertou sua saída do governo, Meirelles teria sugerido ao presidente os nomes de Eduardo Guardia e de Mansueto Almeida.
A avaliação do ministro é de que manter a continuidade na equipe é o melhor caminho para evitar turbulências desnecessárias nessa reta final de governo. As projeções apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que pode superar as expectativas e chegar a 3,4%, arrecadação em alta, inflação baixa e juros que tendem a cair ainda mais.
A estratégia do MDB é ter uma opção interna, caso o projeto de reeleição do presidente Michel Temer não decole. Para começar a impulsionar o nome de Meirelles, Temer levou a tiracolo o ministro da Fazenda em um giro pelo Nordeste na semana passada.
O anúncio de Temer antecipa o próprio Meirelles, cuja intenção era anunciar sua decisão somente no dia 2 de abril, em Portugal.
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