terça-feira, 27 de março de 2018

Arma foi usada em dois ataques na Chacina do Benfica, aponta perícia

NA PRAÇA DA GENTILÂNDIA, segundo a polícia, estaria o único alvo do grupo. As outras seis vítimas foram escolhidas aleatoriamente  JÚLIO CAESAR
NA PRAÇA DA GENTILÂNDIA, segundo a polícia, estaria o único alvo do grupo. As outras seis vítimas foram escolhidas aleatoriamente JÚLIO CAESAR
Após a chacina do dia 9 de março no bairro Benfica, que deixou sete mortos, a Perícia Forense divulgou o resultado dos laudos referentes ao caso. Os exames indicam relação direta entre a matança na praça da Gentilândia e na Vila Demétrio, em frente a sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF) e na rua Joaquim Magalhães. 
A primeira linha de investigação separava o caso em duas ocorrências distintas, mas após o resultado dos exames de balística, o delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), George Monteiro, explica que os mesmos envolvidos nas mortes da Gentilândia também estavam nas ocorrência da sede da TUF. O projétil retirado do corpo de Adenilton da Silva Ferreira saiu da pistola calibre .40, que foi apreendida com Douglas Matias da Silva, foi preso no domingo, 11.  
Conforme o delegado,. 24 horas após a chacina Douglas foi localizado em posse de um dos veículos utilizados no crime, o Punto de placa OSP 9240, que aparece em imagens de câmeras de segurança. A DHPP também conseguiu apreender dois revólveres, além da pistola que estabeleceu a relação entre os ataques.  
“Com essa prisão e com essas apreensões entrou o trabalho técnico pericial para verificar se foi utilizada nos dois crimes e fazer a comparação balística. Com base nesses elementos que foram trazidos, conseguimos fazer a vinculação com base em uma prova técnica objetiva que atesta não só a utilização de uma das armas de fogo, como que ela está vinculada ao crime na TUF e contra uma das vítimas na Gentilândia”, relatou.  
Segundo o perito geral Ricardo Macedo, dentre os projéteis e fragmentos  apreendidos foram identificadas quatro tipo de armas, que não foram divulgadas para não prejudicar as investigações.  
Outro fato novo no inquérito é que a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descarta, preliminarmente, a motivação de brigas de torcidas. No começo da investigação o secretário André Costa citou a briga de torcidas do Clássico-Rei como uma possíveis motivações. No entanto, a Polícia trabalha, agora, com a disputa entre facções criminosas. Além disso, o delegado George Monteiro diz que existia um alvo específico para ser executado, na Praça da Gentilândia, no entanto, o nome desse alvo não foi divulgado pela Polícia. “Existia o alvo, até onde apuramos. E esse alvo estaria entre uma das vítimas da praça. As facções criminosas costumam agir para causar impressão de terror e pânico não só para os envolvidos, mas também para a sociedade. A gente acredita que os outros alvos foram escolhidos de maneira aleatória”. Paulo Harrisson, do laboratório de identificação Papilóscopica, explica que foram encontradas impressões digitais de Douglas no carro, como se ele tivesse se apoiado no capô.  
De acordo com coordenador de perícia criminal, Rômulo Costa, na comparação balística foram recebidos os projéteis que saíram dos corpos que, junto das armas apreendidas, foi possível a comparação no microscópio que identificaram as ranhuras e arranhões dentro do cano. “O perito coletou, vieram cinco de local de crime, 18 de dentro dos corpos”, relatou. Ao todo são 24 projéteis, com o que foi encontrado em um livro de um dos sobreviventes da chacina. 
JÉSSIKA SISNANDO

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