Wagner Mendes
Por unanimidade, o ex-presidente Lula teve o recurso de defesa negado ontem pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. Mais do que manter a condenação do juiz Sergio Moro, os desembargadores da 8ª turma aumentaram a pena imposta na primeira instância.
Antes condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em julho de 2017, o petista teve a sentença retificada para 12 anos e um mês em regime fechado. Petistas reagiram à condenação e devem lançar hoje a pré-candidatura presidencial do ex-mandatário em reunião da Comissão Executiva Nacional do PT, em São Paulo.
A decisão do TRF-4, desfavorável a Lula por um placar de 3 a 0, dificulta a tentativa da defesa do petista de reverter a decisão em outras instâncias judiciais, como no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Com mais uma condenação da maior liderança política do País, que encabeça todas as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, grupos simpatizantes da candidatura de outubro almejam, a partir de agora, novas frentes de batalha política.
A decisão do TRF-4, desfavorável a Lula por um placar de 3 a 0, dificulta a tentativa da defesa do petista de reverter a decisão em outras instâncias judiciais, como no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Com mais uma condenação da maior liderança política do País, que encabeça todas as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, grupos simpatizantes da candidatura de outubro almejam, a partir de agora, novas frentes de batalha política.
Com praticamente a garantia da condenação, a militância política ligada ao ex-presidente organizou, antecipadamente, ato em São Paulo, na Praça da República. Diversas lideranças da esquerda, como do PCdoB, PCO e movimentos sindicais, subiram no palanque com Lula para condenar a decisão dos desembargadores de Porto Alegre. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), participou do ato.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), avaliou que “não se pode aceitar uma sentença que não seja justa, que não seja constitucional”. “Não vamos deixar de lutar pela democracia nessa encruzilhada política. Temos que nos preparar para lutar, temos que nos preparar para estar nas ruas e nas praças deste País. É na rua que vamos ganhar esta luta!”, conclamou.
A disputa política nas ruas também é defendida pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Durante o ato em São Paulo, o parlamentar defendeu o enfrentamento pelo País por meio das manifestações. “Eles dizem que a esquerda e o PT perderam força. Eles estão enganados. Não é hora de esquerda frouxa, é hora de vontade de lutar para defender Lula e o Brasil”, afirmou.
Endossando o discurso de lideranças petistas, o ex-presidente Lula disse a apoiadores que a decisão do TRF-4 “é uma oportunidade” para ele “viajar o País e começar a discutir com o povo brasileiro o que a gente teve, o que a gente tem e o que a gente pode ter”.
Com a possibilidade de candidatura cada vez mais difícil, o ex-presidente reforçou a intenção de disputar, em outubro, mais uma vez a presidência.
“Agora eu quero ser candidato a presidente da República. Agora eu tenho vontade de ser”, disse.
Lula pediu ainda a união das esquerdas para a disputa eleitoral. “Quem está no banco dos réus é o Lula, mas quem foi condenado foi o povo brasileiro.
Tudo o que eles estão fazendo é para evitar que eu seja candidato”, afirmou.
A exemplo dos que defendem a candidatura, Lula repetiu o discurso de que vai ser candidato mesmo condenado. “Eles podem cassar o direito de eu ser candidato, não tenho problema. Eu quero disputar com eles não é na caneta, é na consciência do povo brasileiro”.
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