quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Investir no NE fica até 68,5% mais atrativo

O Nordeste terá as menores taxas para financiar empreendimentos não rurais em 2018 em até 68,5%. Isso porque, ontem, Medida Provisória (MP) 812 alterou o cálculo das taxas de juros do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) com juros mais atrativos que os dos Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), por exemplo.
O presidente interino do Banco do Nordeste, Romildo Carneiro Rolim, que assumiu o cargo ontem, conforme publicação no Diário oficial da União (DOU), no lugar do economista Marcos Holanda, comemorou a grande conquista para a região e os investidores. O FNE terá, em 2018, descontos que variam de 37% a 68,5% sobre os juros reais em operações de longo prazo, em relação às taxas cobradas para operações de crédito praticadas no restante do País.
Tudo isso graças à nova metodologia que inclui o Coeficiente de Desequilíbrio Regional (CDR). Ele representa a renda per capita do Nordeste em relação à nacional, hoje de 0,63%. “Isso significa que conseguimos incorporar um mecanismo que assegura que as taxas que são praticadas no Nordeste vão ser sempre menores do que aquelas praticadas nacionalmente”, diz Romildo. O fator, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será aplicado enquanto houver desigualdade.
Em comunicado sobre as novas taxas, o Banco Central diz que “os encargos serão baseados na Taxa de Longo Prazo (TLP), ou seja, serão compostos pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e por taxa de juros real prefixada, mensalmente, de acordo com o equivalente ao rendimento real das Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) no prazo de cinco anos”.
Além disso, os clientes adimplentes do Banco do Nordeste, que administra o FNE, continuam a receber bonificação de 15% de desconto incidente sobre a parcela prefixada da Taxa de Longo Prazo (TLP), nos financiamentos pagos em dia. “Com a MP, o FNE passa de forma permanente a oferecer condições diferenciadas de financiamento para a Região”, afirma Romildo.
O orçamento do FNE para 2018 será semelhante ao deste ano, em torno de R$ 27 bilhões. O piso mínimo para o Ceará é de R$ 2,2 bilhões, afora o investimento em infraestrutura. O presidente do BNB explicou que os grandes investimentos na área de turismo, comércio, indústria e logística estão contemplados. Informa que o banco já vinha conversando com investidores como a Fraport, administradora do Aeroporto Internacional de Fortaleza, que estão para decidir se vão aplicar recursos próprios ou financiados.
Romildo Rolim informa que para projetos com inovação inserida no seu plano existe um redutor ainda maior de juros para que eles sejam implantados no Nordeste. “E tem separados R$ 60 milhões para investir em projetos de inovação de até R$ 20o mil, em 2018”, diz, acrescentando que são as menores taxas de juros, de 0,70% ao ano.
 
ARTUMIRA DUTRA

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