A informação consta no pedido de prisão de Miller, do empresário Joesley Batista, dono da J&F, e do executivo do grupo Ricardo Saud feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot na sexta-feira passada.
No mesmo dia, o ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido de prisão temporária de Joesley e Saud, mas não de Miller.
Segundo Janot, os documentos são resultado de uma investigação interna do Trench Rossi Watanabe sobre a atuação de Miller no escritório. No material, encaminhado na quarta-feira passada atendendo a um pedido feito pela PGR, constam elementos de que, “antes de março do corrente ano, Marcello Miller já auxiliava o grupo J&F no que toca o acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Publico Federal”.
Segundo Janot, há trocas de e-mails entre o ainda procurador Miller e uma advogada do escritório “com marcações de voos para reuniões, referências a orientações à empresa J&F e inícios de tratativas em benefícios à mencionada empresa”.Troca de e-mails Entre eles está um e-mail de 14 de fevereiro de 2017, com o assunto “sobre o caso que discutimos ontem”. Na mensagem, Miller dá esclarecimentos sobre improbidade administrativa, envolvendo financiamento do BNDES, e comenta até o perfil de três membros do MPF.
Ao tratar da composição dos Ofícios de Ordem Econômica da Procuradoria da República em São Paulo, Miller diz que “nenhum deles tem reputação conspícua, seja por trabalhar demais, seja por querer aparecer demais”. E conclui: “Espero que isso possa te ajudar”.
Oficialmente, Marcelo Miller pediu exoneração da PGR no final de fevereiro deste ano e só a efetivou em 5 de abril. Na semana seguinte, já se apresentou como representante do escritório Trench Rossi Watanabe, responsável pelas tratativas do acordo de leniência da J&F.
Agência Estado
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