O consumidor não vai ter como fugir dos aumentos dos combustíveis, em vigor desde o último sábado. Além de arcar com o valor mais alto da gasolina, que não é pouco e vai pesar no bolso, sentirá a elevação dos preços dos alimentos e transporte, em geral, como reflexo da subida do diesel. Para aliviar, só mesmo buscando formas de economizar na locomoção.
O presidente do Conselho Regional de Economia no Ceará (Corecon-CE), Lauro Chaves, destaca que o combustível é um dos principais itens de custos tanto individual quanto para grande parte das famílias. Como dicas de economizar ele sugere planejar adequadamente os roteiros a serem seguidos, evitando desperdício de quilometragem e sempre que possível usar o compartilhamento de transporte com familiares, amigos e companheiros de trabalho. “Pena que a violência de hoje tenha acabado com qualquer chance de uso da carona amiga”, comenta, recomendando também usar o transporte coletivo.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e educador financeiro DSOP, Ricardo Abel, cita várias dicas simples que sendo obedecidas provocam uma redução significativa nos gastos. “É uma questão de hábito e disciplina”, ressalta, acrescentando que para começar é preciso fazer uma análise da real necessidade de fazer tudo com o carro. “Ir para alguns locais próximos de casa a pé, além de ser saudável, pode gerar boa economia”. Ele também defende a alternância de uso do carro com o ônibus e metrô (nos casos onde é possível) para ajudar na redução das despesas com transporte.
Para as famílias que têm mais de um veículo, o professor de economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Paulo Matos, também recomenda a sincronia de horários de uma família para, assim, fazer uso de um único carro. No caso dos que possuem apenas um veículo, carro ou moto, ele não vê outra alternativa a não ser sacrificar o lazer.
“Ou optar sair para locais mais próximos de casa”, diz.
Paulo Matos diz que se deslocar via transporte público traz uma economia grande. “Mas o problema é o tempo que se gasta e a falta de segurança pública”, afirma, ressaltando que sociedade rica é aquela onde as pessoas podem se deslocar com segurança. Entende que andar de bicicleta e caminhar também seriam opções saudáveis e interessantes, mas também implica na dificuldade de ter que enfrentar a insegurança. No caso de usar táxi ou Uber considera boas alternativas, mas observa que os preços desses serviços ainda vão subir em função do aumento dos combustíveis.
Saiba mais
O governo elevou o PIS/Cofins sobre a gasolina de R$ 0,38 para R,79 por litro, na última quinta-feira (20/7). No caso do etanol hidratado, a alíquota passou de R,12 para R,32 por litro, sendo R$ 0,13 para o produtor e R,19 para o distribuidor
Em nota divulgada no último sábado (22/7) , sobre o aumento do PIS/Cofins dos combustíveis, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) criticou a decisão do governo. A Unica disse entender que cumprir as metas orçamentárias foi o único objetivo da decisão de elevar as alíquotas de PIS/Cofins para a gasolina, diesel e etanol hidratado até o teto previsto em Lei
Por fim, “a Unica lamenta essa estratégia de aumento da arrecadação que, novamente, afeta negativamente o setor Sucroenergético. Depois de amargar seis anos de controle e preços da gasolina e de desoneração tributária desse combustível em relação ao etanol hidratado, o setor é induzido a pagar novamente a conta seja porque sofreu aumento de carga tributária e redução de competitividade. Perdemos uma excelente oportunidade de resgatar uma política pública de caráter ambiental”,diz a nota.
Além do aumento do imposto PIS/Cofins, a Petrobras anunciou na última sexta aumentos de 0,2% nos preços do diesel e de 1,4% na gasolina vendida nas refinarias. Os reajustes começaram a valer desde o último sábado,22.
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