sexta-feira, 30 de junho de 2017

R$ 31,5 milhões da União devem ajudar a evitar racionamento na RMF

O investimento de R$ 31,5 milhões na construção de três adutoras para abastecer principalmente o Complexo Industrial do Pecém ajudará a reduzir as chances de racionamento de água em Fortaleza. O objetivo é diminuir, em cerca de 400 litros de água por segundo, a demanda das indústrias no sistema integrado do Gavião, que abastece a Capital e a Região Metropolitana. A previsão é de que as adutoras fiquem prontas até dezembro. O Castanhão, reservatório do sistema, está com apenas 5,27% da capacidade total.
“As adutoras serão direcionadas para aumentar o abastecimento e garantir a água, ajudando a evitar o racionamento. O sistema pegou água, mas garantiu para um ano”, avaliou o titular da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira. O recurso foi repassado pelo Governo Federal, que já havia destinado R$ 10 milhões em maio para compra de equipamentos que melhorem o bombeamento de água em açudes para além da cota mínima.
Uma das adutoras, de aproximadamente 20 quilômetros de extensão, levará água retirada de 30 poços a serem perfurados no sistema subterrâneo de dunas da Taíba. Outra adutora, de 6 quilômetros, fará o transporte de água da Lagoa do Cauípe. Ambas abastecerão as indústrias do Pecém e a perspectiva é de que cada uma conduza cerca de 200 litros de água por segundo.
Um terceiro equipamento, de aproximadamente 4 quilômetros, será instalado no açude Maranguapinho (com 98,4% do volume). Deverão ser transportados mais 200 litros por segundo para o município de Maracanaú — também reduzindo a demanda atual do Castanhão. “A adutora do Maranguapinho para Maranguape já retirou outros 200 litros (por segundo) do sistema metropolitano. Serão 800 litros por segundo de água extraída do oeste de Fortaleza e, com isso, torna o Pecém quase autossuficiente”, destacou Teixeira. Conforme ele, a demanda atual do complexo industrial é de mil litros por segundo.

Reúso de água
Entre as estratégias do Estado para garantir a segurança hídrica estava o reúso de água do esgoto para abastecer o Pecém. A medida tem se mostrado mais burocrática e cara do que o esperado. “A dificuldade dessa proposta é que o investimento é muito alto. Precisa construir uma tubulação para levar a água do esgoto de Fortaleza, tratar, até o Pecém. Toda essa interferência urbana, além da necessidade de uma adutora de 40 quilômetros”, detalhou Teixeira. Uma ação em escala menor seria um sistema de reúso no Pecém, reaproveitando os efluentes da siderúrgica.
Recursos
No fim de 2016, o Governo Federal havia se comprometido a repassar R$ 45 milhões para combater a seca no Ceará. R$ 10 milhões têm como destino a compra de bombas que consigam extrair água do Castanhão além do seu limite. A cota mínima operacional do açude é de 68 metros e com a adaptação mecânica garante-se mais três metros de extração. 

Outros dois planos de ajuda já foram aprovados pela Defesa Civil Nacional, de acordo com Francisco Teixeira. Um trata do envio de R$ 19 milhões para a operação de carros-pipa em áreas urbanas. O segundo, de R$ 59 milhões, seria para construção de cinco adutoras de montagem rápida no Interior. “Pedimos dinheiro, na mesma época, para as duas regiões, a Metropolitana e o Interior. Mas no Interior, como a demanda é menor, se chove e enche um reservatório, consegue suprir até um ano. Em Fortaleza é diferente, para garantir mais de um ano, o Castanhão precisava pegar muita água”, avaliou.
SARA OLIVEIRA

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