Em roupas de domingo, Portugal se movimenta para deixar tudo bonito para a breve passagem do papa Francisco por Fátima, quando serão canonizados os pastores Francisco e Jacinta, que, junto com Lúcia, testemunharam as aparições de Nossa Senhora há 100 anos. No todo, o pontífice ficará menos de 24 horas no país. Chegará amanhã à tarde e volta a Roma na tarde do dia seguinte. O tempo em solo português é curto, portanto, mas já lá vão 2 milhões de euros (R$ 7 milhões) de gastos nessa visita. Sejam em melhorias rápidas em estradas que Francisco nem vai ver, seja em materiais e pessoal para segurança em Fátima e, também, na prevenção de atos terroristas em todo o país. De olho em todos os cenários, todo cuidado é pouco.
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Enquanto isso, uma guarda suíça, reputada por ser bem armada e eficiente, já está treinando em Portugal. Digamos assim, estudando o terreno. É ela que, tradicionalmente, faz a segurança pessoal do papa. Este pessoal tem, inclusive, um desafio e dos grandes nas mãos. O novo altar do Santuário, novinho em folha, onde o pontífice vai celebrar a missa e o rito de canonização dos dois pastorinhos, é moderno e bonito, mas tem uma desvantagem vista do ângulo de quem faz segurança de papa. Bem no meio do pátio do lugar, é perto demais do público. E uma multidão de 1 milhão de pessoas é esperada em Fátima, neste sábado, 13 de maio.A estratégia é divulgar, ao máximo, que haverá grandes telões em toda a parte na cidade, transmitindo cada gesto do Papa. Até porque essa enchente de gente não cabe toda na área do Santuário. Resta saber se os devotos fervorosos vão se contentar com a tecnologia prometida e abandonar a ideia de dar uma espiada no papa Francisco, tão querido por aqui. A esperança de ver, pelo menos, o papamóvel ou a guarda papal já deve levar muita gente às margens das estradas por onde o cortejo vai passar e na pequena rua que dá acesso ao Santuário.
Já os lojistas sabem que não vão ver nem a cor da bata do papa, mas têm outras esperanças. A de que esta visita traga lucros. Para isso, é preciso, aliás, que o povo circule pela cidade, sabedores que, para onde se virarem, vão ver a missa nos telões. Isso significa que eles poderão consumir e fazer pequenas compras. Segundo previsões da Associação dos Empresários de Ourém-Fátima, a visita do pontífice exige gastos, certo, mas pode dar um retorno de 30 milhões de euros (R$ 105 milhões) ao setor. Principalmente para os hotéis, superlotados estes dias.
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