Há uma semana, os agricultores iniciaram o plantio. Por ali, são pelo menos 12 anos de luta por boas condições de reassentamento após as obras do açude, comenta Antônia Alves, presidente da Associação Comunitária dos Moradores do Sítio Lapa. A recente conquista não é o fim das reivindicações: há ainda nove casas recebidas sem acesso à energia elétrica, exemplifica a moradora.
Carcinicultura
Em Aracati, a comunidade quilombola do Cumbe passa por pressões de empresas da carcinicultura (criação de camarões) em disputa do espaço tradicionalmente ocupado com atividades pesqueiras e do artesanato. A preocupação com a água está diretamente vinculada aos impactos ambientais da empresa, com adição de produtos químicos e resíduos que chegam aos manguezais. Com a ocupação tradicional, a comunidade garante também a preservação do meio ambiente, explica Cecília Paiva, advogada do coletivo Urucum, que presta assistência jurídica à comunidade.
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Também no litoral, os moradores da Reserva Extrativista da Prainha do Canto Verde, em Beberibe, vivem em meio aos conflitos apesar do reconhecimento oficial do espaço. Para além das disputas pelo uso da água, a luta pela preservação dos costumes e das atividades dos pescadores também enfrenta as ameaças da especulação imobiliária no local.
Conforme Cecília Paiva, os habitantes da Resex enfrentam também conflitos internos, com uma parte a favor de construções particulares na área de proteção ambiental. A ameaça vivida no local em 2016, conforme a CPT, era de expropriação da comunidade. O que significa a tentativa de remoção os membros do lugar com histórico de resistência desde a década de 1970.
THAíS BRITO
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