As informações foram publicadas ontem em matéria do jornal Folha de S.Paulo e dão conta de que a expansão do PCC para fora das barreiras paulistas acontece desde 1998. Na tentativa de desarticular o grupo, integrantes foram transferidos para penitenciárias em outros estados. De acordo com a matéria, a guerra entre facções que deixou mortos nos estados do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte faz parte de um plano para conquistar o domínio de todos os presídios do País. A intenção seria formar o que o grupo criminoso chama de “República do PCC”.
“Muitos líderes do PCC são cearenses, por isso há essa vinculação tão forte. Muitos estavam em São Paulo e Rio de Janeiro, mas quando houve a repressão de 2010, essas lideranças voltaram aos seus locais de origem”, detalhou o presidente do Conselho Penitenciário do Ceará, Cláudio Justa. Essa disseminação significativa do grupo no Ceará faz com que os salves (comunicação interna de ordem entre os integrantes das facções) tenha repercussão imediata nos presídios.
O conselheiro destacou que a base existente no Estado é quantitativa e qualitativa, de controle. “As chances das ordens ocorrerem sob controle da massa penitenciária vinculada ao PCC é maior do que as outras, porque há muita organização, fidelidade e comprometimento”, analisou. A perspectiva, conforme Cláudio, é de que haja cada vez mais fortalecimento da facção, dentro e fora dos muros das penitenciárias. “Você vê o recrutamento dessas organizações como algo em escalada. A resposta do Estado é que precisa ser inovadora”, acrescentou o conselheiro.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria da Justiça e Cidadania Cidadã do Ceará (Sejus) informou que o número de “batismos” é especulação. A pasta reconhece a existência de facções no sistema penitenciário, mas não discute o fato por motivos de segurança.
O POVO tentou entrar em contato com o Ministério Público Estadual (MPE), mas as ligações não foram atendidas.
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