"Quanto mais rigoroso for o processo de desinflação, maior a possibilidade de o Banco Central reduzir o juro de forma mais rápida. (...) Portanto, estamos caminhando muito bem nessa direção", afirmou. Ele ressaltou que a área fiscal "está fazendo sua parte", com a aprovação de propostas como a PEC do Teto, já promulgada pelo Congresso, e a reforma da Previdência, em análise na Câmara.
O ministro da Fazenda afirmou que, com a PEC do Teto, o déficit nas contas públicas do governo vai diminuir e, quando isso acontecer, a queda da taxa de juros será mais fácil. "Quando se configurar a queda do déficit público em 2017, tudo isso vai facilitar a queda do juro", afirmou Meirelles.
Tabela do IR
Meirelles afirmou que pedirá à Receita Federal que anuncie ainda hoje ou na próxima segunda-feira, 2 de janeiro, a revisão da tabela do Imposto de Renda. Segundo ele, a tabela está sendo "equacionada" e será anunciada "brevemente" pela Receita.
Regularização tributária
O ministro informou ainda que o governo anunciará na próxima semana um plano de regularização tributária, que, no passado, já foi chamado de Refis. Segundo ele, o plano terá dois componentes: um para companhias com prejuízos e outro para grupo de empresas que utilizam o método contábil de lucro presumido.
Meirelles afirmou que o plano prevê que empresas com prejuízos poderão usar crédito tributário para abater até 80% de suas dívidas com a Receita Federal. Os 20% restantes da dívida poderão ser pagos à vista ou escalonados em um prazo "suficientemente longo", "a princípio", de 24 meses. Já as empresas de lucro presumido, explicou o ministro, poderão parcelar 100% das dívidas em até 96 meses.
"É um programa que visa a regularização da situação das companhias junto à Receita", explicou Meirelles, sem dar mais detalhes sobre o plano, como a incidência de juros sobre as dívidas.
Salário mínimo
Meirelles explicou que o salário mínimo de 2017, de R$ 937,00, teve de ser ajustado ligeiramente para baixo porque houve estimativa de inflação mais alta que o ocorrido efetivamente. O novo mínimo ficou R$ 2,29 menor que o projetado pela estimativa oficial de inflação.
"O salário mínimo seguiu a correção da inflação de 2016 com o ajuste previsto em Lei", disse o ministro, que explicou que o valor do mínimo leva em conta a inflação do ano anterior. O salário, porém, é sempre anunciado antes do fim do ano. Assim, o reajuste leva em conta uma estimativa para o mês de dezembro. "Temos de estimar a inflação (de dezembro) e essas estimativas têm de ser compensadas depois", disse.
Assim, o mínimo de 2017 será R$ 2,29 menor porque o mínimo de 2016 levou em conta estimativa de inflação que se mostrou ligeiramente superior ao registrado oficialmente. Assim, a retirada dos R$ 2 é uma compensação do valor.
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