“A ideia é construir uma planta modular, inicialmente com um metro cúbico por segundo, para transportar essa água até o (Complexo Industrial e Portuário do) Pecém e fornecê-la às indústrias, para que elas deixem de utilizar do (açude) Gavião. Com isso, vai ter mais água para abastecer a população de Fortaleza”, detalhou o presidente da Cagece, Neuri Freitas. O governador Camilo Santana reforçou: “É um investimento privado. Nós vamos garantir a compra da água através da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos)”.
Parlamentares, ativistas, prefeitos, secretários, jornalistas, empresários, advogados, representantes religiosos foram convocados ontem pelo governador Camilo Santana (PT) a comparecer ao Palácio da Abolição para ouvir as estratégias do Governo de convivência com a seca nos últimos dois anos. Conforme o Governo do Estado, o capital necessário ao projeto — que deve ter início durante o primeiro semestre de 2017 — gira em torno de R$ 680 milhões.
Pelo tom do discurso do governador, ficou claro: não dá mais para depender apenas das chuvas, que tendem a ser insuficientes. É chegado, enfim, o momento de executar ações mais drásticas do que a perfuração de 2,8 mil poços, a montagem de 330 quilômetros de adutoras e a instalação de 550 chafarizes 191 sistemas de dessalinização. “O Ceará não pode mais pensar na lógica do uso sem controle”, alertou Camilo.
Dessalinização
Outro projeto também está em vias de ser lançado como Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) para garantir o abastecimento em Fortaleza. Orçado em R$ 505 milhões, o Desalfor pretende atender a Capital com um metro cúbico por segundo de água retirada do Mucuripe. Simultaneamente, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) quer reflorestar nascentes dos principais mananciais do Estado. “É fundamental para os recursos hídricos porque diminui a erosão, faz com que os rios tenham mais vida”, entende o titular da pasta, Artur Bruno.
Saiba mais
Os reservatórios monitorados pela Cogerh no Ceará estavam ontem com 7,2% da capacidade total, conforme relatório do Portal Hidrológico do Estado.
O mesmo relatório informa que o açude Castanhão — que costumava ser o principal fornecedor de água para Fortaleza e Região Metropolitana — se mantém com volume percentual de somente 5,29%.
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